Entre vós, não deve ser assim
Is 53,10-11
Sl 32
Hb 4,14-16
Mc 10,35-45
Estamos
na meditação do evangelho de Marcos. Contudo, os discípulos de Jesus ainda não
entenderam bem qual é a missão do Senhor e estão preocupados com desejos de
grandeza. Tiago e João querem sentar-se, um à direita e outro à esquerda,
quando o Cristo estiver em sua glória. Os demais discípulos, vendo este pedido
tão ousado, indignaram-se com os dois, certamente porque tinham também dentro
do coração o mesmo desejo.
“Jesus
chamou os doze e disse: <Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os
grandes as tiranizam. Mas, entre vós,
não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser
o primeiro, seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para
ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos>” (10,42-45).
A
vaidade é mesmo a origem da violência! Olhemos à nossa volta... Quantas
discussões e inimizades por competição, por desejos de grandeza. Olhemos para o
nosso mundo de hoje, tão marcado por guerras... Quantas delas não seriam evitadas
se os líderes pensassem menos em seus projetos pessoais e mais no conjunto da
humanidade, se realmente tivéssemos a consciência de que somos todos irmãos!
O
projeto de Jesus para nós é diferente – entre vós, não deve ser assim: quem
quiser ser grande, seja vosso servo! É Ele mesmo quem dará o exemplo máximo
deste serviço com o gesto do lava-pés, na última ceia, e com a entrega de sua
vida na Cruz por nós. Cristo não pede nada para si, mas doa-se totalmente pela
salvação da humanidade. O cristão deve ser, neste mundo, instrumento da paz,
através do serviço. Seu objetivo não pode ir além do doar-se totalmente, a
exemplo do Mestre.
Vejamos
o exemplo de São Francisco de Assis. Há pouco mais de 800 anos, em 1219, quando
cristãos e muçulmanos estavam guerreando entre si nas conhecidas Cruzadas, o
santo de Assis surpreendeu a todos tomando uma decisão arriscada: ele
atravessou as linhas de guerra, superando a lógica do conflito em curso, e foi
pessoalmente ao encontro do Sultão do Egito, Malek al-Kamel. Os dois
acolheram-se com carinho e dialogaram longamente, saindo dali impressionados e
enriquecidos com a presença do outro. Que testemunho bonito! Aprendamos a
trilhar o caminho da paz, pelo serviço!
* Para meditar as leituras deste 29º Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.
Vence não quem domina, mas quem serve por amor.
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