Entre vós, não deve ser assim


 

29º Domingo do Tempo Comum:
Is 53,10-11
Sl 32
Hb 4,14-16
Mc 10,35-45

 

            Estamos na meditação do evangelho de Marcos. Contudo, os discípulos de Jesus ainda não entenderam bem qual é a missão do Senhor e estão preocupados com desejos de grandeza. Tiago e João querem sentar-se, um à direita e outro à esquerda, quando o Cristo estiver em sua glória. Os demais discípulos, vendo este pedido tão ousado, indignaram-se com os dois, certamente porque tinham também dentro do coração o mesmo desejo.

            “Jesus chamou os doze e disse: <Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos>” (10,42-45).

            A vaidade é mesmo a origem da violência! Olhemos à nossa volta... Quantas discussões e inimizades por competição, por desejos de grandeza. Olhemos para o nosso mundo de hoje, tão marcado por guerras... Quantas delas não seriam evitadas se os líderes pensassem menos em seus projetos pessoais e mais no conjunto da humanidade, se realmente tivéssemos a consciência de que somos todos irmãos!

            O projeto de Jesus para nós é diferente – entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo! É Ele mesmo quem dará o exemplo máximo deste serviço com o gesto do lava-pés, na última ceia, e com a entrega de sua vida na Cruz por nós. Cristo não pede nada para si, mas doa-se totalmente pela salvação da humanidade. O cristão deve ser, neste mundo, instrumento da paz, através do serviço. Seu objetivo não pode ir além do doar-se totalmente, a exemplo do Mestre.

            Vejamos o exemplo de São Francisco de Assis. Há pouco mais de 800 anos, em 1219, quando cristãos e muçulmanos estavam guerreando entre si nas conhecidas Cruzadas, o santo de Assis surpreendeu a todos tomando uma decisão arriscada: ele atravessou as linhas de guerra, superando a lógica do conflito em curso, e foi pessoalmente ao encontro do Sultão do Egito, Malek al-Kamel. Os dois acolheram-se com carinho e dialogaram longamente, saindo dali impressionados e enriquecidos com a presença do outro. Que testemunho bonito! Aprendamos a trilhar o caminho da paz, pelo serviço!

 

* Para meditar as leituras deste 29º Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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