Este é o Rei dos Judeus

  

Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo:
2Sm 5,1-3
Sl 121
Cl 1,12-20
Lc 23,35-43

 

            A solenidade de Cristo Rei nos ajuda a meditar sobre o senhorio de Cristo sobre todas as coisas que existem. Desde sempre Ele é Rei, já que, como Filho, todas as coisas foram criadas por meio Dele. “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois por causa dele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele” (Cl 1,15-16).

            Mas este Rei eterno veio a este mundo em nossa condição humana para manifestar à humanidade qual é a sua verdadeira maneira de ser rei. No alto da Cruz, mesmo que sem saber, Pilatos havia mandado colocar palavras que depois seriam uma verdadeira profissão de fé do povo cristão: “Este é o Rei dos Judeus” (não apenas dos judeus, mas de todo o mundo) – Lc 23,38. Mas o reinado de Cristo não é como os reinados deste mundo. Seu trono é uma cruz. Seu reino não é imposto, mas proposto à liberdade do ser humano que pode aceitá-lo ou negá-lo, como provam os insultos e zombarias dos chefes do povo e de um dos malfeitores. Seu modo de agir é a misericórdia: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso” (23,43).

            No Antigo Testamento, foi o próprio povo quem pediu que Davi reinasse sobre Israel: “Vieram, pois todos os anciãos de Israel até ao rei em Hebron. O rei Davi fez com eles uma aliança em Hebron, na presença do Senhor, e eles o ungiram rei de Israel” (2Sm 5,3). Hoje queremos também nós pedir que Cristo reine em nossas vidas. E que significa isto? Significa participar de seu reinado, ou seja, assumir o mesmo jeito de ser de Cristo em nossas vidas.

            Participa do reinado de Cristo: aquele que vive despojado de seus interesses pessoais, totalmente entregue aos planos de Deus (como Jesus, na Cruz); aquele que sabe valorizar a liberdade daqueles que não professam a mesma fé (como o Cristo incompreendido); por fim, aquele que, como Jesus, age com misericórdia para com seus irmãos (como Cristo com o bom ladrão).

 

* Para meditar as leituras desta solenidade de Cristo Rei, acesse: Arquidiocese de Mariana.

 

* A solenidade de Cristo Rei é ocasião apropriada para renovarmos o Ato de consagração do gênero humano a Jesus Cristo Rei:

 

Dulcíssimo Jesus, Redentor do gênero humano, lançai sobre nós que humildemente estamos prostrados na vossa presença, os vossos olhares. Nós somos e queremos ser vossos; e a fim de podermos viver mais intimamente unidos a Vós, cada um de nós se consagra, espontaneamente, neste dia, ao vosso sacratíssimo Coração.

 Muitos há que nunca Vos conheceram; muitos, desprezando os vossos mandamentos, Vos renegaram. Benigníssimo Jesus, tende piedade de uns e de outros e trazei-os todos ao vosso Sagrado Coração.

 Senhor, sede rei não somente dos fiéis, que nunca de Vós se afastaram, mas também dos filhos pródigos, que Vos abandonaram; fazei que estes tornem, quanto antes, à casa paterna, para não perecerem de miséria e de fome.

 Sede rei dos que vivem iludidos no erro, ou separados de Vós pela discórdia; trazei-os ao porto da verdade e à unidade da fé, a fim de que, em breve, haja um só rebanho e um só pastor.

 Senhor, conservai incólume a vossa Igreja, e dai-lhe liberdade segura e sem peias; concedei ordem e paz a todos os povos; fazei que, de um pólo a outro do mundo, ressoe uma só voz: louvado seja o Coração divino, que nos trouxe a salvação; honra e glória a Ele, por todos os séculos. Amém.

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