Não é ele o filho do carpinteiro?


São José (Operário):
Gn 1,26-2,3
Sl 89
Cl 3,14-15.17.23-24
Mt 13,54-58

 

            O dia 1º de maio, em grande parte do mundo tido como Dia do Trabalhador, é também para a Liturgia da Igreja uma oportunidade para meditarmos sobre o valor do trabalho no desenvolvimento do ser humano. Segundo o livro do Gênesis, o ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, tem como missão dominar sobre tudo o que há no mundo. O trabalho é, certamente, um local de resposta a este projeto de Deus para a humanidade

            O cristão, que vê Cristo em todas as coisas e que contempla todas as coisas a partir do olhar de Cristo, deve ver o trabalho como um lugar de santificação, no empenho pela construção de um mundo melhor. O trabalho não pode ser considerado um fardo, ou um mal necessário, mas como uma oportunidade de multiplicar os dons que Deus nos dá: “Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo” (Cl 3,17).

            Neste sentido, não há trabalho que deixe mais ou menos honrado a alguém. Somos todos iguais aos olhos de Deus e cada função é importante para o bem do corpo social inteiro – assim como no corpo todos os membros são importantes, mesmo aqueles considerados como menos honrosos. É sobre isto que o já saudoso Papa Francisco refletia recentemente quando dizia de “classe média da santidade”, ou de “santos aos pés da porta” – ou seja, aqueles que desempenham funções simples, mas igualmente importantes.

            É por isso que, na Igreja, o dia 1º de maio é dedicado a São José, o operário de Nazaré. Seu trabalho era ao mesmo tempo humilde e grandioso. A humildade de São José destaca-se no espanto dos conterrâneos de Jesus, que perguntavam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do carpinteiro?” (Mt 13,54-55). Talvez, se Jesus tivesse nascido no palácio de Herodes ou na família do sumo sacerdote, teria sido levado mais a sério! Mas a humildade de seu pai terreno parecia um empecilho lhe darem crédito...

            Ao mesmo tempo, a nenhum outro homem Deus deu missão tão sublime: cuidar do seu próprio Filho! São José é um exemplo de que podemos servir a Deus na simplicidade de nossos dias, nos lugares em que estamos, com as pessoas com quem convivemos. São José é também padroeiro da Igreja inteira e nosso intercessor, para continuarmos servindo a Cristo como ele fez, dedicando todo o nosso empenho a esta missão.

 

Oração a São José (Papa Francisco, Patris corde):

“Salve, guardião do Redentor e esposo da Virgem Maria. A vós Deus confiou seu Filho; em vós Maria depositou a sua confiança; convosco Cristo tornou-se homem. Ó bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós e guiai-nos no caminho da vida. Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem; e defendei-nos de todo o mal. Amém!”

 

* Para meditar as leituras desta Festa de São José Operário, acesse: Canção Nova.

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