Não é ele o filho do carpinteiro?
Sl 89
Cl 3,14-15.17.23-24
Mt 13,54-58
O
dia 1º de maio, em grande parte do mundo tido como Dia do Trabalhador, é também
para a Liturgia da Igreja uma oportunidade para meditarmos sobre o valor do
trabalho no desenvolvimento do ser humano. Segundo o livro do Gênesis, o ser
humano, criado à imagem e semelhança de Deus, tem como missão dominar sobre
tudo o que há no mundo. O trabalho é, certamente, um local de resposta a este
projeto de Deus para a humanidade
O
cristão, que vê Cristo em todas as coisas e que contempla todas as coisas a
partir do olhar de Cristo, deve ver o trabalho como um lugar de santificação,
no empenho pela construção de um mundo melhor. O trabalho não pode ser
considerado um fardo, ou um mal necessário, mas como uma oportunidade de multiplicar
os dons que Deus nos dá: “Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito
em nome do Senhor Jesus Cristo” (Cl 3,17).
Neste
sentido, não há trabalho que deixe mais ou menos honrado a alguém. Somos todos
iguais aos olhos de Deus e cada função é importante para o bem do corpo social
inteiro – assim como no corpo todos os membros são importantes, mesmo aqueles
considerados como menos honrosos. É sobre isto que o já saudoso Papa Francisco
refletia recentemente quando dizia de “classe média da santidade”, ou de “santos
aos pés da porta” – ou seja, aqueles que desempenham funções simples, mas
igualmente importantes.
É
por isso que, na Igreja, o dia 1º de maio é dedicado a São José, o operário de
Nazaré. Seu trabalho era ao mesmo tempo humilde e grandioso. A humildade de São
José destaca-se no espanto dos conterrâneos de Jesus, que perguntavam: “De onde
lhe vem essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do carpinteiro?” (Mt
13,54-55). Talvez, se Jesus tivesse nascido no palácio de Herodes ou na família
do sumo sacerdote, teria sido levado mais a sério! Mas a humildade de seu
pai terreno parecia um empecilho lhe darem crédito...
Ao
mesmo tempo, a nenhum outro homem Deus deu missão tão sublime: cuidar do seu
próprio Filho! São José é um exemplo de que podemos servir a Deus na
simplicidade de nossos dias, nos lugares em que estamos, com as pessoas com
quem convivemos. São José é também padroeiro da Igreja inteira e nosso
intercessor, para continuarmos servindo a Cristo como ele fez, dedicando todo o
nosso empenho a esta missão.
Oração
a São José (Papa Francisco, Patris corde):
“Salve, guardião do
Redentor e esposo da Virgem Maria. A vós Deus confiou seu Filho; em vós Maria
depositou a sua confiança; convosco Cristo tornou-se homem. Ó bem-aventurado
José, mostrai-vos pai também para nós e guiai-nos no caminho da vida.
Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem; e defendei-nos de todo o mal. Amém!”
* Para meditar as leituras desta Festa de São José Operário, acesse: Canção Nova.

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