A boca fala do que o coração está cheio

  

8º Domingo do Tempo Comum
Eclo 27,5-8
Sl 91
1Cor 15,54-58
Lc 6,39-45

 

            Jesus mostra a seus discípulos que todo ser humano está sempre em relação com dois “mundos”: o mundo exterior, de nossas expressões, relacionamentos, atitudes; e o mundo interior, aquilo que está dentro de nós, o núcleo que fundamenta nosso jeito de ser.

            Pensando desta maneira, a primeira atitude do cristão é abster-se de julgar as coisas que acontecem à sua volta, os erros de seus irmãos. Como pode ele julgar, se também ele é pecador, no íntimo de seu coração? “Como podes dizer a teu irmão: irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho?” (Lc 6,42).

            Além disso, quem escuta as palavras de Jesus percebe claramente a necessidade de deixar-se transformar internamente pelo Senhor, para poder ter uma vida exterior que corresponda ao projeto de Deus: “Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos” (6,44). “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio” (6,45).

            Olhemos à nossa volta! Passemos alguns instantes nas redes sociais: quanta divisão, violência, ódio... A manifestação externa destes sentimentos é um diagnóstico de uma sociedade adoecida, de seres humanos enfermos interiormente, distantes de Deus e do bem.

Mas não olhemos para a sociedade como julgadores, como se estivéssemos longe dela! Cada um pode aproveitar esta Palavra para meditar: como andam minhas atitudes? Como tenho me relacionado com as pessoas? Que frutos tenho produzido? Será que não estou também eu precisando de ser purificado interiormente, para corresponder melhor aos planos de Deus?

Vem aí a Quaresma, uma boa oportunidade para estes bons propósitos...

 

* Para meditar as leituras deste 8º Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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