Eis que eu venho

  

4º Domingo do Advento:
Mq 5,1-4a
Sl 79
Hb 10,5-10
Lc 1,39-45

 

            O 4º Domingo do Advento ajuda-nos a alargar o espaço de nosso coração para acolhermos o Senhor que vem ao nosso encontro. As disposições de Cristo, o Verbo eterno de Deus, ao vir a este mundo, são meditadas na Carta aos Hebreus: “Eis que eu venho. No livro está escrito a meu respeito: Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade” (10,7). Deus mesmo virá a este mundo, para recuperar o ser humano afastado de seu Criador após o pecado original. Num mundo marcado pelo pecado e pela morte, “ele mesmo será a Paz” (Mq 5,4).

            Esta salvação trazida por Cristo ao mundo é mostrada de maneira muito bela através da visita de Maria, grávida de Jesus, à sua prima Isabel. Maria sai da Galileia, onde está Nazaré, em direção à Judeia, região montanhosa, símbolo da paz que o salvador que ela carrega trará à cidade santa de Jerusalém, erguida no monte Sião – este Menino, desde o ventre da mãe, manifesta ser o Messias esperado por Israel.

Mais do que isto: esta Criança não veio apenas para um povo, mas para toda a humanidade. É por isto que João Batista exulta no seio de Isabel: “Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre” (Lc 1,44). É Jesus mesmo quem dirá um dia: “Entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João” (7,28). Ao exultar no ventre de sua mãe, João simboliza toda a raça humana, que se alegra com a encarnação do Verbo, com a vinda de Deus ao mundo, para restabelecer a paz.

Não pode haver significado maior que este para o Natal que celebraremos em breve: deixarmo-nos ser invadidos pela alegria do nascimento de uma Criança, Deus e Homem verdadeiro, para a nossa salvação. Como precisamos desta alegria! Nunca se viram tantos progressos nas tecnologias, nas ciências, nas artes... Mas nunca se viu também uma sociedade tão adoecida, marcada pela superficialidade nos relacionamentos humanos, pela perda do sentido da vida.

A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (Papa Francisco, EG, n.1). Queiramos ser consolados pelo Senhor, abramo-nos à alegria que Ele quer nos comunicar!

 

* Para meditar as leituras deste 4º Domingo do Advento, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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