O meu reino não é deste mundo
Dn 7,13-14
Sl 92
Ap 1,5-8
Jo 18,33b-37
No
último Domingo do Ano Litúrgico a Igreja celebra a solenidade de Cristo Rei. Celebramos
o fato de que, tendo levado a pleno cumprimento sua obra neste mundo, Cristo
assentou-se à direita do Pai, “foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos
os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe
será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn 7,14).
Neste
ano, meditamos no evangelho o encontro de Jesus com Pôncio Pilatos, no dia de
sua crucifixão. Pilatos estava sendo instigado pelas autoridades dos judeus para
que condenasse Jesus à morte. O procurador romano da Judeia disse que não havia
encontrado no Nazareno crime algum para isto. É então que os chefes do povo dão
a Pilatos uma razão forte, pela qual Jesus deveria ser morto: ele diz ser rei.
Ora, se não há no Império Romano outro rei a não ser César, este Jesus só pode
ser alguém extremamente perigoso.
No
diálogo com Jesus, Pilatos pergunta: “Tu és o rei dos judeus” (Jo 18,33b). Ao
final, Jesus responde: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para
isto” (18,37); mas esclarece: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino
fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos
judeus. Mas o meu reino não é daqui” (18,36).
Que
significa isto? Significa que o reinado que Jesus exerce neste mundo não é na
mesma ordem daquele exercido pelos reis das nações. César Augusto e seu
procurador Pilatos não precisam ficar preocupados com a influência de Jesus
sobre o povo da Palestina – seu reinado é espiritual, exerce sua força no
íntimo dos corações, transformando-os por dentro, como o fermento na massa.
Cristo é rei do universo. Meditarmos sobre qual é a verdadeira realidade deste reinado é extremamente importante para que dele façamos parte com nosso jeito de ser neste mundo. Recentemente, o Papa Francisco deu-nos mais um claro exemplo de como viver esta realidade. Seguindo uma tradição acumulada por séculos, os funerais dos papas têm sido eventos grandiosos, reforçando a dignidade do sucessor de Pedro e sua importância para a comunidade cristã – um velório digno de um rei! Com Francisco, este rito foi revisto e simplificado, para “enfatizar ainda mais que o funeral do Romano Pontífice é o de um pastor e discípulo de Cristo e não de uma pessoa poderosa deste mundo”. Este é o verdadeiro reinado de Jesus!
* Para meditar as leituras desta solenidade
de Jesus Cristo, Rei do Universo, acesse: Arquidiocese de Mariana.
* Para saber mais sobre a revisão feita pelo Papa Francisco do ritual de exéquias do Papa, acesse: Vatican News.

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