Aprendei, pois, da figueira

  

33º Domingo do Tempo Comum:
Dn 12,1-3
Sl 15
Hb 10,11-14.18
Mc 13,24-32

 

            Estamos nos aproximando do encerramento do Ano Litúrgico. Daqui a dois Domingos, iniciamos uma nova etapa, com o tempo do Advento. Os últimos momentos do Tempo Comum são sempre marcados pela reflexão das coisas futuras, de nossa esperança enquanto seres humanos, de sermos totalmente resgatados pelo Senhor, quando Cristo vier em sua glória. Este momento é incerto: “Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai” (Mc 13,32).

            Quando pensamos nos “últimos tempos”, já inaugurados pela ressurreição de Jesus, corremos dois riscos: absolutizarmos o presente ou, ao contrário, absolutizarmos o futuro.

            Viver inteiramente voltado para o presente é a atitude daqueles que não compreenderam que este mundo é passageiro. Há valores imortais, eternos, pelos quais vale a pena dar a vida. Aliás, a vida verdadeira ainda está por vir – e nossa fé nos faz acreditar que ela será muito melhor do que esta, no mundo. Tudo aqui é efêmero, passageiro, basta olharmos à nossa volta para notarmos. “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão” (13,31). Dinheiro, poder, fama... Nada disso tem de fato importância!

            Este Domingo é também o Dia Mundial dos Pobres. Quanta pobreza, quanta miséria é causada pelo apego desordenado aos bens deste mundo! Uns com tanto, outros sem nada...

            “O cristão é peregrino nesta terra. Não é cidadão; é exilado em marcha para a verdadeira Pátria. Considera a terra não como habitação permanente, mas como a etapa de uma viagem. Por isto, não constroi aqui casa de pedra sólida, mas apenas uma tenda, como o viandante que faz uma pausa no deserto” (MD).

Mas um erro igualmente grave seria o de vivermos totalmente voltados para o futuro, deixando de perceber a presença de Deus já aqui, no presente de nossa história. Somos peregrinos, é verdade, mas há tantas coisas belas ao longo deste caminho! É preciso, “enquanto aguardamos a feliz esperança e a vinda do nosso Salvador, Jesus Cristo”, vivermos de maneira digna neste mundo, com alegria, aproveitando as oportunidades que Deus nos dá e produzindo frutos bons. Vejamos o exemplo de Jesus: para falar das coisas do futuro, ele usa de imagens à nossa volta, do presente: o sol, a lua, as estrelas, a figueira... “Aprendei, pois, da figueira” (13,28).

Abramos nossos olhos à beleza do que está à nossa volta! Preparemo-nos, na alegria e na esperança, para a vinda do Senhor!

 

* Para meditar as leituras deste 33º Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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