Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres


 

28º Domingo do Tempo Comum:
Sb 7,7-11
Sl 89
Hb 4,12-13
Mc 10,17-30

 

            O mês de outubro é celebrado em nossas comunidades como o mês missionário. Quando falamos em missão, podemos pensar em muitas situações: o trabalho daqueles que vão anunciar a Boa Nova a lugares distantes, a povos que não conhecem o Evangelho, ou que passam por graves carências sociais. Pensamos também na atividade de visita às famílias nos bairros e comunidades de uma paróquia... Isto é missão? Sim. Mas missão é apenas isto? Não.

            A palavra latina missio significa “envio”. Missão está muito mais na ordem do ser do que do fazer. O desempenhar alguma atividade neste mundo é uma consequência: a de sermos uma missão neste mundo – a consciência de sermos enviados por Deus para sermos participantes e colaboradores da missão de seu Filho Jesus, o enviado por excelência.

            Seja qual for a nossa missão – e há várias! –, o Evangelho nos mostra que é impossível que a vivamos numa lógica mesquinha, fazendo contas com Deus, pensando até onde posso ir e a partir de onde já não posso me envolver. Jesus encontrou-se com um homem rico que queria saber o que de bom ele deveria fazer para ganhar a vida eterna. Jesus citou os mandamentos. O homem disse que já praticava todos, mas ele bem sabia que faltava algo, que precisava de mais! “Jesus olhou para ele com amor, e disse: <Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” (Mc 10,21). O final é perturbador: o homem vai embora, triste, porque era muito rico.

            O encontro com o amor imenso de Deus traduz-se em radicalidade de seguimento, em exagero de confiança incondicional. “O que nos salva não é uma negociação. O que nos salva é um excesso de amor, uma dádiva que vai para lá de todas as medidas. É essa a bem-aventurança que nos salva. É esse assombro de amor que nos relança. Não é um acordo, um pacto. Isso é para os negócios, mas devemos saber que tal não salva um homem, não põe de pé um pecador, não traz um filho de volta, não sinaliza a infinita misericórdia de Deus” (Cardeal José Tolentino de Mendonça, “O elogio da sede”).

            Que Deus nos ajude a consumirmos nossas vidas vivendo bem nossa missão neste mundo!

 

* Para meditar as leituras deste 28º Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.

 

* Para ler a mensagem do Papa Francisco para o 98º Dia Mundial das Missões 2024, acesse: Vatican.

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