Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres
Sb 7,7-11
Sl 89
Hb 4,12-13
Mc 10,17-30
O
mês de outubro é celebrado em nossas comunidades como o mês missionário. Quando
falamos em missão, podemos pensar em muitas situações: o trabalho daqueles que
vão anunciar a Boa Nova a lugares distantes, a povos que não conhecem o
Evangelho, ou que passam por graves carências sociais. Pensamos também na
atividade de visita às famílias nos bairros e comunidades de uma paróquia... Isto
é missão? Sim. Mas missão é apenas isto? Não.
A
palavra latina missio significa “envio”.
Missão está muito mais na ordem do ser do que do fazer. O desempenhar alguma
atividade neste mundo é uma consequência: a de sermos uma missão neste mundo –
a consciência de sermos enviados por Deus para sermos participantes e
colaboradores da missão de seu Filho Jesus, o enviado por excelência.
Seja
qual for a nossa missão – e há várias! –, o Evangelho nos mostra que é
impossível que a vivamos numa lógica mesquinha, fazendo contas com Deus,
pensando até onde posso ir e a partir de onde já não posso me envolver. Jesus
encontrou-se com um homem rico que queria saber o que de bom ele deveria fazer
para ganhar a vida eterna. Jesus citou os mandamentos. O homem disse que já praticava
todos, mas ele bem sabia que faltava algo, que precisava de mais! “Jesus olhou para
ele com amor, e disse: <Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e
dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” (Mc 10,21). O
final é perturbador: o homem vai embora, triste, porque era muito rico.
O
encontro com o amor imenso de Deus traduz-se em radicalidade de seguimento, em
exagero de confiança incondicional. “O que nos salva não é uma negociação. O
que nos salva é um excesso de amor, uma dádiva que vai para lá de todas as
medidas. É essa a bem-aventurança que nos salva. É esse assombro de amor que
nos relança. Não é um acordo, um pacto. Isso é para os negócios, mas devemos
saber que tal não salva um homem, não põe de pé um pecador, não traz um filho
de volta, não sinaliza a infinita misericórdia de Deus” (Cardeal José Tolentino
de Mendonça, “O elogio da sede”).
Que
Deus nos ajude a consumirmos nossas vidas vivendo bem nossa missão neste mundo!
* Para meditar as leituras deste 28º
Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.
* Para ler a mensagem do Papa Francisco para o 98º Dia Mundial das Missões 2024, acesse: Vatican.
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