O que Deus uniu, o homem não separe!

 

27º Domingo do Tempo Comum:
Gn 2,18-24
Sl 127
Hb 2,9-11
Mc 10,2-16

 

            Sabemos que o projeto de Deus para o ser humano é de que este participe de seu amor. É por isto que somos criados à sua imagem e semelhança! Como Deus é amor, nós seremos sua imagem e semelhança se correspondermos a este amor: “Quem não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4,8). Quais devem ser os “objetos” de nosso amor? É Jesus quem nos responde: Deus e o irmão. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo (cf. Mt 22,34-40). O livro do Gênesis nos mostra esta realidade a partir do relato da criação do ser humano. Além de amar seu Criador, o homem tem necessidade de amar a alguém semelhante a ele. Deus então forma Eva da costela de Adão (cf. Gn 2,22), mostrando-nos que só se é plenamente humano quando se vive em relação com o outro.

            No tempo de Jesus, a prática deste mandamento do amor não estava muito clara para todos. “Para pô-lo à prova, [os fariseus] perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher” (Mc 10,2). “Para entender a pergunta deles, é preciso saber que, na sociedade patriarcal daquele tempo, a mulher era considerada como propriedade do homem, o qual podia mandá-la embora, ou seja, divorciar-se, pelos motivos mais banais. Abandonada pelo marido, ela sofria as piores difamações. A Lei de Moisés, portanto, ao prever a ‘certidão do divórcio’, procurava defender a mulher nesses casos, pois tal certidão lhe servia como um atestado de honra para buscar outro rumo na vida. Na prática, porém, o divórcio escancarava o machismo e o desrespeito para com as mulheres” (Pe. Paulo Bazaglia, ssp). É para estes, portanto, que Jesus reafirma o propósito de Deus, inclusive para aqueles que se unem em matrimônio: “Desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!” (10,6.8-9).

            Cada um deve avaliar-se concretamente com relação a isto. É claro que estas palavras nos remetem primeiramente aos esposos, chamados a viverem bem seu matrimônio à luz desta mensagem: o que Deus uniu, o homem não separe! A perseverança no matrimônio, como em qualquer outra vocação, é alcançada através da vida de oração, paciência, diálogo, perdão... Mas esta mensagem refere-se também àqueles que não estão casados, pois todos estamos no mundo em constante relação com os que estão à nossa volta. É preciso vivermos a unidade no amor, este é o projeto de Deus ao criar o ser humano! Tenho amado meus irmãos?

 

* Para meditar as leituras deste 27º Domingo do Tempo Comum, acesse: Canção Nova.

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