Discutiam quem era o maior
Sb 2,12.17-20
Sl 53
Tg 3,16-4,3
Mc 9,30-37
A
carta de São Tiago faz uma pergunta bastante interessante: “De onde vêm as guerras? De onde vêm as
brigas entre vós?” (4,1). Basta passarmos rapidamente pelos noticiários da televisão
ou pelas notícias das redes sociais para percebemos o grande número de conflitos
à nossa volta. Pensemos nos países em guerra há meses e até anos, sem trégua.
Pensemos na guerra do narcotráfico em nossas cidades. Lembremo-nos também das
guerras ideológicas que têm tomado, neste ano eleitoral, o centro das
discussões entre os candidatos – ao invés de discutirem sobre o principal, o
bem comum. Até cadeirada temos visto...
Tiago
dá a resposta logo a seguir sobre a origem das divisões e guerras: “Não vêm, justamente, das paixões que estão
em conflito entre vós?” De fato, ao invés de pensar que as causas de tanta
discórdia na sociedade estão em fatores distantes de nós, a Palavra de Deus nos
ajuda a percebermos que, na verdade, elas estão muito mais dentro de nós do que
pensamos. Cada um de nós tem potencial para estabelecer relações de paz ou de
guerra à sua volta. À medida em que nos conhecemos e integramos nossos afetos à
vontade de Deus para nós, tomamos consciência disto e podemos assumir a utopia
de mudar o mundo – pois grandes mudanças começam sempre com pequenas mudanças!
Jesus
notou bem que seus discípulos estavam preocupados muito mais com os benefícios
de serem seus seguidores do que de fato em anunciarem o Evangelho. Estando em
casa, Jesus perguntou-lhes: <O que discutíeis pelo caminho?> Eles, porém,
ficaram calados, pois pelo caminho tinham
discutido quem era o maior” (Mc 9,33-34). Os discípulos, como diria Tiago,
estavam vivendo entregues a suas paixões desordenadas: desejo de prestígio,
reconhecimento, glória... Jesus lhes mostra o único sentimento que lhes deve
mover: “Se alguém quiser ser o primeiro,
que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” (9,35).
Cada
um examine seus sentimentos e se pergunte, à luz da Palavra: tenho sido
instrumento de paz ou de guerra para aqueles que estão à minha volta? Quais as
razões profundas para os sentimentos que tenho, para as atitudes que tomo? No
fundo, tenho sido movido por desejos de amar e servir, ou de dominar e eliminar
meus irmãos?
* Para meditar as leituras deste 25º Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.
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