Conformar a vida ao mistério da Cruz do Senhor
Ap 21,9b-14
Sl 144
Jo 1,45-51
No
dia 24 de agosto, festa do apóstolo São Bartolomeu, o diácono Carlos Geovane e
eu seremos ordenados padres por Dom Airton José dos Santos, arcebispo de
Mariana. As palavras do Ritual que serão pronunciadas na celebração ajudam a
meditarmos aspectos importantes da vocação e do ministério presbiteral.
Pela
ordenação, os padres são configurados ao Cristo, sumo e eterno Sacerdote,
sempre em união e colaboração com os bispos, que possuem a plenitude do
ministério sacerdotal. São constituídos para pregar o Evangelho, apascentar o
povo de Deus e celebrar o culto divino, principalmente no Sacrifício do Senhor,
a Santa Missa. Isto significa participar da missão do Bom Pastor, que não veio
para ser servido, mas para servir (cf. Mc 10,45).
Para
bem exercer este mistério, os padres devem procurar viver duas realidades: a
santidade e o serviço. Por santidade, devemos entender a participação na vida
de Deus, o Santo. O sacerdócio é graça Dele, dom imerecido de nossa parte. Só
Ele mesmo pode fazer com que seus ministros sejam fieis a esta missão. “Nós vos
pedimos, Pai todo-poderoso, constituí estes vossos servos na dignidade de
Presbíteros; renovai em seus corações o
Espírito de santidade; obtenham, ó Deus, o segundo grau da Ordem
sacerdotal, que de vós procede, e sua vida seja exemplo para todos”.
Esta
santidade se manifesta sobretudo no serviço. O sacerdote é consagrado a Deus
para a salvação da humanidade, a exemplo de Cristo, que doou sua vida
inteiramente ao Pai por nós. “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). O padre é
alguém que deve procurar não pelo que é seu, por seus próprios interesses, mas
pelo que é de Cristo e dos irmãos. “Toma consciência do que vais fazer e põe em
prática o que vais celebrar, conformando
tua vida ao mistério da cruz do Senhor”. São fortes as palavras do pai de
Dom Hélder Câmara, que tanto marcaram a vocação de seu filho: “Padre e egoísmo
não podem andar juntos... Um padre egoísta é uma aberração!”
A
festa de São Bartolomeu ajuda muito a meditar nestas realidades. Filipe não
vive para si mesmo – encontra-se com Cristo e, imediatamente, anuncia-o a
Bartolomeu, que tem sua vida renovada por Jesus (cf. Jo 1,45-51). Também
Bartolomeu, como sabemos, fez o mesmo, anunciou o Cristo com sua vida, a ponto
de morrer pelo Evangelho. Os apóstolos são os alicerces da cidade santa, “a
esposa do Cordeiro” (Ap 21,9b). Sua alegria é doar a vida para que o Cordeiro e
sua Esposa, a Igreja, vivam em cada vez mais íntima união.
Rezem
por nós!
* Para meditar as leituras da Ordenação
Presbiteral, acesse: Canção Nova.

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