Jesus chamou os doze e enviou-os
Am 7,12-15
Sl 84
Ef 1,3-14
Mc 6,7-13
O
mistério da vocação está muito presente na Liturgia da Palavra deste Domingo.
Antes de tudo, devemos meditar que a vocação é um dom, ao qual ninguém “faz por
merecer”, mas deve-se unicamente à vontade suprema de Deus: “Não sou profeta
nem sou filho de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros. O Senhor
chamou-me, quando eu tangia o rebanho, e o Senhor me disse: <Vai profetizar
para Israel, meu povo>” (Am 7,14-15). Depois, meditamos que cada cristão
compartilha com os demais o chamado universal à santidade: em Cristo, Deus Pai “nos
escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis
sob o seu olhar, no amor” (Ef 1,4).
Por fim, todos nós
somos chamados por Deus também a desempenharmos uma missão neste mundo: “Jesus
chamou os doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os
espíritos impuros. Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem”
(Mc 6,7.12). Qual é a vocação específica dos doze? Partir e pregar que todos se
convertam, em outras palavras, anunciar o Evangelho. Como fazer isto? É preciso
que eles mesmos sejam sinais visíveis deste Evangelho, que de fato vivam esta
verdade que anunciam ao mundo. É neste sentido que deve-se entender a
recomendação de Jesus de que eles “não levassem nada para o caminho, a não ser
um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura” (6,8).
Como
é triste para o mundo perceber uma incoerência entre a palavra anunciada e a
vida de seus anunciadores! Aqueles que são chamados por Deus devem
comprometer-se totalmente a modificar suas perspectivas e assumir o Evangelho
como um estilo de vida, a exemplo de Jesus, que mostrou o valor da pobreza ao
assumi-la como seu modo de viver.
Falando
para a Cúria romana em 2014, o papa Francisco advertiu a Igreja sobre o perigo da
“doença de acumular”, experimentada por tantos que colocam suas esperanças nos
bens materiais, cultivando uma falsa segurança. “Lembro-me de uma anedota:
outrora os jesuítas espanhois descreviam que a Companhia de Jesus era como a ‘cavalaria
ligeira da Igreja’. Lembro-me de um jovem jesuíta que estava se mudando e,
enquanto carregava num caminhão os seus muitos bens: bagagens, livros, objetos
e presentes, ouviu um velho jesuíta, que o observava, dizer com um sorriso
sábio: e esta seria a ‘cavalaria ligeira da Igreja?’ As coisas que
transportamos e carregamos em nossas mudanças são um sinal desta doença”.
* Para meditar as leituras deste 15º Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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