Eram como ovelhas sem pastor

 

16º Domingo do Tempo Comum:
Jr 23,1-6
Sl 22
Ef 2,13-18
Mc 6,30-34

 

            Depois de um árduo período de trabalho, Jesus e os discípulos partem para um lugar deserto, para descansarem um pouco. Quando chegam lá, percebem que a multidão se adiantou a eles e está ali, aguardando-os. “Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois a ensinar-lhes muitas coisas” (Mc 6,34). Jesus vê o sofrimento do povo. Aqueles que deviam cuidar dos mais frágeis, permitindo que eles tivessem condições mais dignas de vida, estão preocupados com seus próprios interesses, como Herodes, que acabou de mandar matar João Batista por um capricho de Herodíades, sua amante (cf. Mc 6,14-29).

Jesus, ao contrário, olha para a multidão com compaixão. É ele um verdadeiro pastor do povo, disposto a cuidar de suas ovelhas e até mesmo dar a vida por elas: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas” (Jo 10,11). Ele cumpre o que era esperado pelo povo de Israel, que cantava o belo Salmo 22: “O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome” (1.3b). Sendo Bom Pastor, Jesus torna-se modelo dos pastores, isto é, daqueles que têm a nobre missão de cuidar do povo, como os sacerdotes, as lideranças leigas, mas também os governantes – aqueles mesmos que iremos eleger neste ano!

Inspirados em Jesus, perguntamos: como reconhecer um pastor no estilo de Jesus? Quais são as características de um bom pastor?

A primeira, pois, é o cuidado com o rebanho. Um líder alheio às necessidades do povo ou interessado somente em usurpar da vida de seus governados é tudo, menos um pastor. “Ai dos pastores que deixam perder-se e dispersar-se o rebanho de minha pastagem, diz o Senhor! Vós dispersastes o meu rebanho, e o afugentastes e não cuidastes dele; eis que irei verificar isso entre vós e castigar a malícia de vossas ações, diz o Senhor” (Jr 23,1-2). O cuidado com a vida, especialmente a mais fragilizada, é característica primeira de um bom pastor.

Outra capacidade importante: um bom líder deve ser equilibrado e conduzir o povo à unidade e à paz. Suas palavras não devem alimentar ódio, divisão e violência entre as pessoas. Isto, por um único motivo: Cristo, “de fato, é a nossa paz: do que era dividido, ele fez uma unidade. Em sua carne ele destruiu o muro de separação: a inimizade” (Ef 2,14).

Que Jesus, o Bom Pastor, nos ajude a seguirmos seus passos e seus exemplos!

 

* Para meditar as leituras deste 16º Domingo do Tempo Comum, acesse: Canção Nova.

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