Caminhar de acordo com a vocação recebida
2Rs 4,42-44
Sl 144
Ef 4,1-6
Jo 6,1-15
O
salmista ajuda-nos a meditar sobre a bondade de Deus: “É justo o Senhor em seus
caminhos, é santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o
invoca, de todo aquele que o invoca lealmente” (Sl 144,17-18). Após
reconhecermos as maravilhas que o Senhor faz em nossas vidas, salvando-nos em Jesus
Cristo e cuidando de nós em cada momento, é justo que assumamos um compromisso:
vivermos de acordo com o projeto de Deus para nós, o nosso chamado. É o que
Paulo exorta aos cristãos de Éfeso: “eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a
caminhardes de acordo com a vocação que recebestes” (Ef 4,1).
A
vocação é mesmo um mistério! Por que Deus chama pessoas tão diferentes a
viverem missões tão distintas? Somos membros de um só corpo... “Há um só Corpo
e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados” (Ef
4,4). Para que esse corpo esteja saudável, é preciso que cada membro coloque
suas capacidades à disposição do corpo todo. Escutar o chamado de Deus é tarefa
de toda uma vida; responder sim é a certeza de encontrar, já aqui neste mundo,
a verdadeira realização.
Por
vezes, somos tentados a pensar que algumas vocações são mais importantes que
outras. Numa sociedade barulhenta e apressada como a nossa, pensa-se que é
inútil o tempo gasto com a oração, o estudo, o silêncio... Até entre cristãos,
muitos têm dificuldade de entender aqueles que vivem nos mosteiros, em vida
contemplativa, e perguntam: não seria melhor que eles estivessem nas ruas,
ajudando os mais necessitados? Uma coisa não anula a outra. A vocação para a
vida apostólica não é superior à vocação para a vida contemplativa, e
vice-versa. Somos todos membros de um só corpo! O pulmão não pode bombear sangue
e o coração não pode respirar, mas um não funciona sem o outro e o corpo não vive
sem os dois!
Jesus
foi também tentado a desviar-se de sua vocação. Após o grande sinal da
multiplicação dos pães e peixes, o povo ficou tão admirado que queria proclamá-lo
rei. Ele poderia ter pensado... Não seria esse o caminho? Se eu for rei,
conseguirei matar a fome de muitos outros, terei à minha disposição condições
muito melhores para trazer dignidade à vida dessas pessoas! “Mas, quando notou
que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo,
sozinho, para o monte” (Jo 6,15). Sua missão dada pelo Pai é outra! É preciso
cumpri-la até o fim... “Eis que eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb
10,7).
No fim, o que temos a
oferecer é pouco, apenas cinco pães e dois peixes – “mas o que é isso para
tanta gente?” (Jo 6,9). Colocando-os à disposição, a multiplicação acontece!
* Para meditar as leituras deste 17º
Domingo do Tempo Comum, acesse: Canção Nova.
Sugestão – rezar esta bela Oração Vocacional:
Senhor
Jesus, enviado do Pai e Ungido do Espírito Santo,
que fazeis os corações arderem e os pés se
colocarem a caminho,
ajudai-nos a discernir a graça do vosso
chamado e a urgência da missão.
Continuai a encantar famílias, crianças,
adolescentes, jovens e adultos,
para que sejam capazes de sonhar e se
entregar, com generosidade e vigor,
a serviço do Reino, em vossa Igreja e no
mundo.
Despertai as novas gerações para a vocação
aos ministérios leigos,
ao Matrimônio, à Vida Consagrada e aos
Ministérios Ordenados.
Maria, Mãe, Mestra e Discípula Missionária,
ensina-nos a ouvir o Evangelho da Vocação e
a responder com alegria.
Amém!

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