O Reino de Deus e a semente

  

11º Domingo do Tempo Comum:
Ez 17,22-24
Sl 91
2Cor 5,6-10
Mc 4,26-34

 

            Para explicar o Reino de Deus, Jesus usa uma imagem bastante acessível ao povo de sua época e também a nós, hoje. “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. A terra, por si mesma, produz o fruto” (Mc 4,26-28). A partir desta parábola, podemos fazer várias reflexões.

            A primeira delas, é que o Reino de Deus é um dom, fruto da gratuidade do amor do Pai para conosco. Por melhor que alguém seja, por maiores que pareçam ser os seus dons, o Reino é somente de Deus, é Ele o único quem dá a vida e faz tudo existir. “E todas as árvores do campo saberão que eu sou o Senhor, que abaixo a árvore alta e elevo a árvore baixa; faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, digo e faço” (Ez 17,24). As sementes nos mostram esta realidade. A vida está dentro delas. Podem até ficar por muito tempo sem descer à terra, mas quando são plantadas, produzem frutos. São Paulo entendeu muito bem esta realidade, quando ao se referir à sua ação missionária: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem faz crescer” (1Cor 3,6).

            Embora sejamos servos dispensáveis para que o Reino de Deus aconteça, Deus quer contar conosco. Se gerar o Reino não depende de nós, há algo que depende: o semear. O cristão é alguém que “está consciente de que é Deus quem chama, quando e como quer, de que se serve de nós, mas não sabemos de que modo, em que ocasião e para quais pessoas” (MD). Assim conscientes e cheios de humildade, nos colocamos a serviço do Reino, como colaboradores disponíveis e pacientes, que sabem que, na verdade, tudo depende de Deus.

            Isto ajuda a lidarmos com tantas situações adversas! Pensemos, por exemplo, nas difíceis situações familiares em que podemos ir aos poucos perdendo as esperanças de que as coisas melhorem. É preciso confiar! Ao mesmo tempo em que abandonamos tudo nas mãos de Deus, semeamos, com o nosso testemunho, pequenas sementes do Evangelho. A seu tempo, elas darão fruto.

É sempre bom lembrar o pensamento de Santo Inácio de Loyola: “Trabalha como se tudo dependesse de ti... Confia como se tudo dependesse de Deus”!

 

* Para meditar as leituras deste 11º Domingo do Tempo Comum, acesse: Canção Nova.