Vivemos pelo Espírito
At 2,1-11
Sl 103
Gl 5,16-25
Jo 15,26-27;16,12-15
A
festa de Pentecostes era celebrada pelo povo judeu cinquenta dias após a
Páscoa. Em Pentecostes, o povo de Israel recorda o evento do Sinai, quando Deus
deu ao povo, através de Moisés, o dom de sua Lei. “E o povo respondeu a uma só
voz: <Faremos tudo o que o Senhor disse>” (Ex 19,8a). Naquele dia, a
manifestação de Deus foi grandiosa: “ao raiar da manhã, houve trovões e
relâmpagos. Uma nuvem espessa cobriu a montanha, e um fortíssimo som de
trombetas se fez ouvir. No acampamento o povo se pôs a tremer. Todo o monte
Sinai fumegava, pois o Senhor descera sobre ele em meio ao fogo” (19,16.18).
Cinquenta
dias após a Ressurreição de Cristo (nossa Páscoa), os discípulos estavam
reunidos. Também eles experimentaram uma grande manifestação divina. “De
repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a
casa onde eles se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se
repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito
Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava”
(At 2,2-4).
Há
uma notável diferença entre a manifestação de Deus no Pentecostes do monte
Sinai e a vinda do Espírito Santo sobre os discípulos no Pentecostes do cenáculo.
O fogo que, no Antigo Testamento, foi estrondoso e causou espanto e terror no
povo, agora se manifesta não de modo grandioso, mas sobretudo agindo no
interior dos membros da Igreja. Os discípulos receberam o Espírito Santo – e nós
o recebemos de modo todo especial nos sacramentos do Batismo e da Crisma, mas
também a cada momento em que nós o suplicamos. Este Espírito se torna em nós
uma força interna, que move cada ser humano e a Igreja toda em uma única
direção: fazer a vontade de Deus (“Faremos tudo o que o Senhor disse!”),
participando da vida de Cristo, nosso Senhor.
É
por isso que é Jesus quem nos envia o Espírito, da parte do Pai. Para
tornar-nos participantes de sua vida, participantes de seu amor, para vivermos
este amor em nossas vidas diárias. “Quando vier o Defensor que eu vos mandarei
da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho
de mim” (Jo 15,26). O resultado só pode ser um: quem recebe este Espírito é
totalmente transformado, torna-se nova criatura, passa a agir segundo o
Espírito. “Se vivemos pelo Espírito, procedamos também segundo o Espírito; e o
fruto do Espírito é: caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, lealdade, mansidão, continência” (Gl 5,25.22). Vinde, Espírito
Santo...
* Para meditar as leituras desta solenidade de Pentecostes, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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