Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo

 

Santíssima Trindade:
Dt 4,32-34.39-40
Sl 32
Rm 8,14-17
Mt 28,16-20

 

            A solenidade deste Domingo nos coloca diante do grande mistério de nossa fé, a Santíssima Trindade – Deus é um só, em Três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. É claro que esta compreensão de Deus, muito própria do cristianismo, foi sendo amadurecida ao longo dos primeiros séculos da era cristã. Mas é importante observarmos que as primeiras comunidades dos seguidores de Jesus já manifestava esta crença, como podemos notar no pedido que o próprio Cristo ressuscitado faz aos discípulos: “Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Se o evangelista Mateus deixou registrado este pedido é porque certamente a sua comunidade já batizava em nome da Trindade Santa.

            Deus, eterno e onipotente, vive sua vida divina não de maneira isolada, “sozinho, ensimesmado, enclausurado no mundo da sua perfeição sem limites. Ao contrário, é um Deus que, sendo Único, vive mergulhado na riqueza e na profundidade de relacionamentos que fazem Dele um Deus-Família, aberto à comunhão” (Mons. Celso Murilo). E o amor deste Deus-comunhão é tão grande que extravasa, atingindo-nos a todos, fazendo de nós participantes também de sua vida divina. A contemplação de todo o mundo criado, a meditação do cuidado de Deus com a humanidade através das páginas da Sagrada Escritura e, de forma especial, o mistério pascal de Cristo, nos mostram exatamente isto!

            Diante deste mistério, a atitude que devemos ter, por primeiro, é o silêncio contemplativo, a adoração: “Interroga os tempos antigos que te precederam, desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra, e investiga de um extremo ao outro dos céus, se houve jamais um acontecimento tão grande, ou se ouviu algo semelhante” (Dt 4,32). “Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança” (cf. Sl 32)!

            Desde crianças, somos acostumados a invocar a Santíssima Trindade ao mesmo tempo em que marcamos nossos corpos com o sinal da Cruz: “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Há um sentido para isso! É na Cruz de Cristo que temos a possibilidade de participar do amor de Deus por nós. Cristo, levando a pleno cumprimento a sua missão e amando-nos até o fim, envia-nos o seu Espírito, permitindo que nos tornemos filhos de seu Pai amado. Que grande presente de amor o Pai nos deu, o de sermos chamados filhos de Deus (cf. 1Jo 3,1) em seu Filho Jesus Cristo, na força do Espírito Santo! O que poderíamos ofertar a Deus como agradecimento por isso (cf. Sl 115,12)? Vivamos conduzidos pelo Espírito (cf. Rm 8,14), fazendo de nossas vidas diárias, de nosso modo de ser, um perene sacrifício de louvor!

 

* Para meditar as leituras desta solenidade da Santíssima Trindade, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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