A paz esteja convosco!
At 3,13-15.17-19
Sl 4
1Jo 2,1-5ª
Lc 24,35-48
Dentre
os inúmeros ensinamentos que a liturgia do Tempo Pascal nos concede, um de
grande importância é o do valor da vivência comunitária de nossa fé: o valor da
Igreja. Temos escutado a insistência de Jesus em se manifestar aos discípulos enquanto eles estavam reunidos. O
Cristo ressuscitado aparece aos discípulos e lhes comunica o dom de sua paz: “A
paz esteja convosco!” (Lc 24,36). Escutávamos no último Domingo que Tomé, o
apóstolo que não estava junto com os demais, não conseguiu experimentar
imediatamente a alegria do Ressuscitado: “Se eu não vir a marca dos pregos em
suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no
seu lado, não acreditarei” (Jo 20,25).
Isto
nos permite meditar na grande importância que devemos dar para a dimensão
comunitária de nossa fé, isto é, sentir-me e procurar de fato ser um membro
ativo e atuante da caminhada eclesial, da vida da Igreja. É na comunidade-Igreja
que os discípulos partilham seus anseios, alegrias e tristezas; experimentam
juntos o dom da paz que o Ressuscitado concede à humanidade; alimentam-se da
Palavra e da Eucaristia; capacitam-se para anunciar o Evangelho ao mundo: “Vós
sereis testemunhas de tudo isso” (Lc 24,48).
Vivemos
num tempo em que se supervaloriza o individual, em detrimento do comunitário. É
um risco em que também os seguidores de Cristo podem cair: viver uma fé
individualista, sem sentir a necessidade de estar com os demais irmãos, sem dar
qualquer valor às celebrações comunitárias, ou mesmo às orientações que a
Igreja, Mãe e Mestra, dá a todos os seus membros. Na história da Igreja, foram
muitos os que pensaram poder caminhar sozinhos, desprezaram o valor da escuta e
da obediência, e acabaram por ver frustrados projetos que antes pareciam muito
bons.
Nossa
fé, portanto, é uma fé comunitária, eclesial. A Igreja de Cristo não é uma
igreja do singular, mas do plural. Amemos o dom que Deus Pai dá a cada um de
nós, a sua Igreja, nascida do Coração de seu Filho Jesus e iluminada com a
força constante do Espírito Santo. Que este mesmo Espírito nos anime a vivermos
sempre melhor a nossa total comunhão com Cristo, que se estende à comunhão com
seu Corpo, a Igreja.
* Para meditar as leituras deste 3º Domingo da Páscoa, acesse: Arquidiocese de Mariana.
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