Bendito seja o reino que vem
Mc 11,1-10
Is 50,4-7
Sl 21
Fl 2,6-11
Mc 14,1-15,47
A
primeira parte da liturgia do Domingo de Ramos é marcada por cantos festivos,
quando o povo revive a alegria da entrada de Jesus em Jerusalém. Naquela
ocasião, estendendo mantos e ramos pelo caminho, o povo aclamava: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!
Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto
dos céus!” (Mc 11,9-10). Conhecemos bem a importância dada pelo povo judeu
ao tema do reinado de Davi. A expectativa, em tempos de opressão romana, é de
que um Messias, descendente do rei Davi, libertaria o povo de todo jugo
opressor. Depois dos sinais maravilhosos que realizou, Jesus foi facilmente
identificado como este Rei-Messias esperado.
Mas
este Domingo de Ramos é também da Paixão do Senhor. E vemos Jesus sendo chamado de rei não apenas pelo povo que o acolhia em Jerusalém, mas também em forma de
deboche, da parte das autoridades dos judeus e do governador Pôncio Pilatos. “Pilatos
perguntou: <Vós quereis que eu solte
o rei dos judeus?>” (Mc 15,9). “Eram nove horas da manhã quando o
crucificaram. E ali estava uma inscrição com o motivo de sua condenação: <O Rei dos Judeus>” (15,25-26). “Do
mesmo modo, os sumos sacerdotes, com os mestres da Lei, zombavam entre si,
dizendo: <A outros salvou, a si mesmo não pode salvar! O Messias, o rei de Israel... que desça agora da cruz, para que vejamos
e acreditemos!>” (15,31-32).
Para
Marcos, Jesus foi condenado e levado à cruz por inveja dos sumos sacerdotes
(cf. 15,10). Certamente uma das causas principais para esta inveja era o fato
de Ele ser considerado rei por parte do povo. Mas o que as autoridades dos
judeus não entenderam é que o reinado de Jesus era totalmente diferente dos
reinados deste mundo. O Rei Jesus tinha como projeto de vida não o poder
mundano, mas a obediência à vontade do Pai e a disposição para até mesmo sofrer
para que ela se cumprisse: “O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem
voltei atrás. Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a
barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas” (Is 50,5-6). “Encontrado
com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e
morte de cruz” (Fl 2,7-8).
Nesta
Semana Santa, acolhamos o reino que Jesus veio trazer com sua morte e
ressurreição! Peçamos que Ele nos ensine que o verdadeiro poder diante de Deus é
o serviço.
* Para meditar as leituras deste Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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