Jesus, cheio de compaixão


6º Domingo do Tempo Comum:
Lv 13,1-2.44-46
Sl 31
1Cor 10,31-11,1
Mc 1,40-45

 

            Jesus cura um leproso. O primeiro movimento que o evangelista nos apresenta é o de um doente que reconhece Jesus como Senhor e, por isso, se coloca de joelhos para pedir: “Se queres tens o poder de curar-me” (Mc 1,40). Sim, Jesus é Deus – a Ele devemos nos dirigir de joelhos, isto é: com respeito e devoção, pedindo as curas para nossas muitas enfermidades. Só Ele nos pode curar! A seguir, Marcos mostra qual é a maneira de ser de Deus, manifestada pelo Cristo: “Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: <Eu quero, fica curado!>. No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado” (Mc 1,41-42).

O evangelista descreve Jesus como cheio de compaixão, de misericórdia, a ponto de, sendo Deus, não se fazer superior ao ser humano, mas tocá-lo com bondade. Não podemos deixar de lembrar a recomendação do Levítico, que era levada muito a sério no tempo de Jesus. Se alguém fosse contaminado pela lepra, era considerado um pecador público e devia andar pelas ruas “com as vestes rasgadas, os cabelos em desordem e a barba coberta, gritando: <Impuro! Impuro!>” (13,45).

Como é importante meditarmos sobre a misericórdia de Deus! Não nos esqueçamos das palavras do Papa Francisco, na bula Misericordiae vultus, de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia (2015-2016): “Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia: é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro” (n. 2).

Meditarmos sobre a misericórdia de Deus nos faz agradecidos por toda a paciência que Ele tem para conosco, a ponto de enviar seu próprio Filho para nos salvar. Mas, além disso, meditarmos sobre a misericórdia de Deus tem o papel importante de nos envergonharmos de nossos egoísmos e nos abrirmos a sermos também misericordiosos com aqueles que estão à nossa volta: “Misericordiosos como o Pai” (cf. Lc 6,36). “Onde quer que falte alimento, bebida, roupa, casa, medicamentos, trabalho, instrução, meios necessários para levar uma vida verdadeiramente humana, onde estiver um aflito por tribulações e saúde abalada, alguém que sofre exílio ou prisão, aí deve a caridade cristã ir buscá-los, encontrá-los, consolá-los com cuidadosa afeição e reerguê-los, oferecendo-lhes auxílio” (AA, n.8).

Quem são os marginalizados de nosso tempo, a quem devemos tocar com misericórdia?

 

* Para meditar as leituras deste 6º Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.

 

* Para ler a bula Misericordiae vultus, do Papa Francisco, acesse: Vatican.

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