Foi para isso que eu vim
Jó 7,1-4.6-7
Sl 146
1Cor 9,16-19.22-23
Mc 1,29-39
No
evangelho proclamado neste Domingo vemos um Jesus incansável, dedicado
inteiramente à sua missão. Em poucos versículos, Ele vai da sinagoga à casa de
Simão e André, cura doentes, expulsa demônios, dedica-se à oração e prega ao povo.
Quando pensamos que Jesus poderia querer descansar deste dia tão intenso, Ele diz:
“Vamos a outros lugares, às aldeias da
redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim” (Mc
1,38). Não há trégua, acomodação ou mediocridade, a missão precisa continuar...
Um
sentimento que pode brotar em nosso coração ao meditarmos este trecho é o do
espanto: será que Jesus não se cansava? Depois de um dia tão cheio, de tantas
atividades, Ele ainda continua a pensar na próxima etapa, na continuidade da
missão! E então nos recordamos também de nossos cansaços diários: relações
frustradas, expectativas não correspondidas, sentimentos de incapacidade e
solidão... Ao contrário de Jesus, frequentemente nós nos paralisamos, não
conseguimos dar mais um passo sequer, sentimos inclusive o desejo de deixar
tudo para trás.
É claro que Jesus
também se cansava! Existindo em condição divina, Ele esvaziou-se, tornou-se
igual aos homens em tudo, exceto no pecado (cf. Fl 2,6-7). Mas há no evangelho
uma frase que explica o porquê de Ele permanecer fiel à sua missão, mesmo
diante do cansaço e das frustrações da missão: “foi para isso que eu vim”!
Jesus tem consciência de quem Ele é. Tem consciência também de qual é a sua
tarefa neste mundo. Lembremo-nos de outro momento, quando Jesus rezava em
Jerusalém, às vésperas de ser entregue às autoridades dos judeus para ser crucificado
e morto. Ali, o Senhor disse: “Agora minha alma está perturbada. Que direi: ‘Pai,
livra-me desta hora’? No entanto, foi
para isto que eu vim, para esta hora. Pai, glorifica o teu nome!” (Jo
12,27-28).
Esta ânsia de cumprir a
missão, que faz com que o discípulo de Cristo seja fiel em meio aos cansaços e
dificuldades da vida, está por trás da ação evangelizadora do apóstolo Paulo,
que escreve: “Pregar o evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma
necessidade para mim, uma imposição. Ai
de mim se eu não pregar o evangelho!” (1Cor 9,16). Tomemos consciência de
nossa missão e, como o apoio de Jesus, levemo-la adiante!
* Para meditar as leituras deste 5º Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.
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