Onde está o rei dos judeus?

 

Epifania do Senhor:
Is 60,1-6
Sl 71
Ef 3,2-3.5-6
Mt 2,1-12

 

            A celebração da Epifania (ou Manifestação) do Senhor nos coloca mais uma vez diante da alegria da vinda do Verbo ao mundo para nos salvar: “Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor” (Is 60,1). Esta alegria não está distante de nós, mas podemos contemplá-la concretamente, em Jesus de Nazaré: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,14).

            A narração da trajetória dos reis magos permite-nos meditar sobre a relação entre Deus e o ser humano. Podemos meditá-la a partir de três momentos: desejo, busca e encontro.

            DESEJO. A pergunta dos magos ao chegar a Jerusalém é emblemática: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer?” (Mt 2,2). Está no íntimo de cada ser humano o desejo profundo de conhecer a Deus. “Assim como a corça suspira pelas águas correntes, suspira igualmente minh’alma por vós, ó meu Deus! Minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus?” (Sl 41,2). Dom Hélder Câmara louvava a Deus por este desejo que nos acompanha por toda a vida: “Bendito sejas, Pai, pela sede que despertas em nós... Que importa que a sede fique em grande parte insatisfeita?”.

            BUSCA. Impelidos por esta sede de Deus, saímos à sua procura, como os magos. Há tantas maneiras de perceber este desejo na pessoas à nossa volta! Nos que acumulam riquezas, nos que instigam violência entre os povos, nos que procuram satisfação em uma sexualidade desregrada, nos que desejam dominar seus iguais através do conhecimento das artes, das ciências... Em tudo isto há um desejo de infinito, de plenitude! Também os magos procuraram Jesus em Jerusalém, centro do poder e da religiosidade. Mas Deus não está aí!

            ENCONTRO. O Deus verdadeiro subverte totalmente a lógica humana e vem ao nosso encontro na simplicidade de uma Criança envolta em faixas e colocada sobre uma manjedoura. É na simplicidade das coisas bem vividas que finalmente encontramos Aquele a quem tanto buscávamos: na oração, no amor fraterno, no contato com a natureza, no silêncio... Disse Santo Agostinho: “Fizeste-nos para Ti, Senhor, e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em Ti”. Abramos nosso coração ao Deus que quer se manifestar a nós! Queiramos experimentar a verdadeira alegria, que permanece para sempre!

 

* Para meditar as leituras desta solenidade da Epifania do Senhor, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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