Convertei-vos e crede no Evangelho!
Jn 3,1-5.10
Sl 24
1Cor 7,29-31
Mc 1,14-20
No
início do evangelho de Marcos, que meditamos aos Domingos deste ano B da
liturgia, deparamo-nos com o centro da pregação de Jesus: “O tempo já se
completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos
e crede no Evangelho!” (1,15). Mas o que significa esta “conversão”, que é
o desejo do Cristo para a humanidade que Ele veio salvar?
Em
geral, pensamos a conversão como a atitude de deixar o pecado e viver a
virtude. E isto é mesmo conversão! Na profecia de Jonas, escutamos um exemplo
disto. Jonas coloca-se a caminho da cidade corrupta de Nínive para anunciar que
seus pecados desagradaram a Deus. Então os ninivitas se arrependeram, “acreditaram
em Deus; aceitaram fazer jejum e vestiram sacos, desde o superior ao inferior”
(3,5). O Senhor agradou-se destas obras de conversão e perdoou o povo. Também
nós precisamos nos converter de nossos pecados, através de um constante exame
de consciência e da frequência ao sacramento da Penitência!
Mas
a verdadeira conversão é bem mais do que uma ação pontual de deixar uma atitude
ruim, que desagrada a Deus. A conversão que Jesus anuncia é, na verdade, uma
troca de caminho, uma mudança radical de postura de vida. Os motoristas conhecem
bem esta expressão: fazer uma conversão à direita ou à esquerda significa
deixar a estrada em que se transita e tomar uma nova direção. É por isso que,
no trecho do evangelho proclamado neste Domingo, a conversão e a vocação dos
discípulos acontecem no mesmo momento. “E eles, deixando imediatamente as redes
[CONVERSÃO], seguiram a Jesus [VOCAÇÃO]” (1,18). Foi um pouco do que
experimentou um santo de nossos tempos, São Carlos de Foucauld: “Minha vocação
religiosa começa na mesma hora que minha fé: Deus é tão grande!”
Seguir
a Jesus e fazer a vontade de Deus é muito mais que observar preceitos externos,
é dispor-se a trilhar com Ele por caminhos inimagináveis, é abandonar-se com
Ele à vontade do Pai, assumindo seu jeito de ser em todas as circunstâncias da
vida. Não nos esqueçamos do exemplo do jovem rico. Aproximou-se de Jesus
querendo saber o que deveria fazer de bom para alcançar a vida eterna. Jesus
citou para ele os mandamentos. O jovem disse que já os observava há muito
tempo. “Jesus respondeu: ‘Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que
tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e
segue-me’. Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era
muito rico” (Mt 19,21). Que escândalo... Ele até observou os mandamentos, mas
não se converteu!
Peçamos
com o salmista: “Mostrai-me, ó Senhor,
vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada!” (Sl 24,4ab).
* Para meditar as leituras deste 3º
Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.
* Para conhecer a surpreendente história de São Carlos de Foucauld, acesse o artigo de Dom Eduardo Benes: CNBB
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