Preparai o caminho do Senhor
Sl 71
Rm 15,4-9
Mt 3,1-12
Uma
das figuras bíblicas que mais se destaca no tempo litúrgico do Advento é a de
João Batista, o precursor. Neste Domingo, ele aparece pregando a conversão no
deserto da Judeia, a exemplo do que havia dito Isaías: “Esta é a voz daquele
que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!”
(Mc 1,3; cf. Is 40,3). Preparar o caminho do Senhor... O que significa isto? Será
que Deus, que pode tudo, precisa de algum caminho “bem preparado” para vir ao
nosso encontro?
O
vasto império romano, existente no tempo de Jesus, era caracterizado por uma
grande quantidade de estradas, que ligavam as províncias mais distantes entre
si e à cidade de Roma. É de se imaginar que, quando o imperador ou mesmo algum
de seus chefes mais importantes precisavam transitar por alguma destas
estradas, a preocupação dos governantes locais era grande: precisamos arrumar
esta via, para não fazermos feio diante de personalidade tão ilustre –
precisamos desaterrar os lugares elevados (morros), e também aterrar os vales
(tapar os buracos), para que a estrada seja constante e facilite o trânsito.
Esta
imagem de Isaías, bem adequada à pregação feita por João, é um símbolo da
necessidade de prepararmos nossos corações para o encontro com o Senhor. Deus
quer vir ao nosso encontro e trazer ao mundo a paz, a justiça, o bem (cf. Is
11,4). Deus vem ao nosso encontro em Jesus Cristo – celebraremos isto de forma
especial no Natal – mas nós não podemos aguardar esta vinda de qualquer
maneira! Os fariseus e saduceus, que também escutavam João, são para nós
exemplos de quem quer encontrar-se com Deus, mas à sua própria maneira, sem
deixar para trás uma vida de erro, de pecado. O resultado, nós sabemos: eles
até encontraram-se com o Cristo, mas entregaram-no à morte.
Devemos,
portanto, preparar em nós o caminho do Senhor. Só há uma maneira, a conversão: “Convertei-vos,
porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 3,2). Para cuidarmos deste caminho,
por vezes é preciso permitir que Deus abata os montes e colinas do nosso
orgulho, permitindo-nos ser mais humildes. Em outros momentos, é preciso pedir
que Deus levante os vales de nossa fragilidade, dando-nos coragem para resistir
ao mal e vivermos a virtude. Que Deus venha e nos encontre prontos para
acolhê-lo!
* Para meditar as leituras deste 2º Domingo do Advento, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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