Maria e José levaram Jesus a Jerusalém
Eclo 3,3-7.14-17a
Sl 127
Cl 3,12-21
Lc 2,22-40
Dentro
da oitava de Natal, a celebração da festa da Sagrada Família de Nazaré (Jesus,
Maria e José) nos faz meditar sobre o modelo de família desejado por Deus. Ao
mesmo tempo, somos quase que automaticamente impelidos a reconhecer as
dificuldades enfrentadas pelas famílias no mundo de hoje – são tantas! Para
citarmos apenas algumas: o divórcio, a violência doméstica, o aborto, o
relativismo moral, a perda do sentido do matrimônio cristão...
Isto não pode, contudo,
nos fazer desanimar. Vale também para a família um princípio de São Gregório de
Nissa, no século IV: “o que não foi assumido pelo Verbo, não foi redimido”. O
Verbo divino assumiu a nossa humanidade, se fez carne, habitou entre nós (cf.
Jo 1,14). O Cristo veio a este mundo e se tornou membro de uma família,
santificando então todas as famílias que, “no Senhor” (Cl 3,18), são
constituídas.
Jesus é quem cumpre por
primeiro o quinto mandamento da Lei de Deus: “honrar pai e mãe” (cf. Ex 20,12),
que o livro do Eclesiástico desdobra na leitura proclamada neste Domingo. Ao
vir a este mundo como filho de Maria e filho adotivo de José, Jesus dá também
aos esposos cristãos exemplos concretos de que é possível viver o amor e educar
os filhos segundo o Evangelho. No evangelho de Lucas, Maria e José são
apresentados como judeus piedosos, empenhados em observar a Lei de Moisés, ao
levarem o Menino Jesus a Jerusalém logo após o seu nascimento, “a fim de
apresentá-lo ao Senhor” (2,22). É dos pais a missão de educar os filhos na fé, de
acordo com os verdadeiros valores cristãos!
Segundo Lucas, os
integrantes da Sagrada Família, “depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do
Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. O menino crescia e
tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele” (2,39-40).
Visitando esta mesma cidade de Nazaré, em 5 de janeiro de 1964, o papa São Paulo
VI declarou: “Nazaré é uma escola de iniciação para compreender a vida de Jesus.
A escola do Evangelho. Aqui se aprende a observar, a escutar, a meditar, a
penetrar no sentido, tão profundo e misterioso, daquela tão simples, humilde e
bela manifestação do Filho de Deus”.
A família cristã
torna-se, como em Nazaré, lugar de silêncio, vida doméstica, trabalho... No
dia-a-dia da convivência familiar é que o Evangelho é semeado e vivido,
possibilitando que tantos o experimentem e possam, como Jesus, anunciá-lo em
suas vidas.
* Para meditar as leituras desta festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, acesse: Arquidiocese de Mariana.
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