Quero, com a graça de Deus!

 
Ordenação Diaconal:
At 6,1-7
Sl 111
Lc 24,13-35

 

            No próximo dia 25 de novembro, na Catedral de Mariana, Dom Airton presidirá a ordenação diaconal dos seminaristas Carlos Geovane, Fabrício e José Mário. O lema da celebração é o mesmo do Ano Vocacional no Brasil, que será fechado no dia seguinte: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33). Peço licença aos amigos leitores desta página, acostumados às meditações da Palavra de Deus na liturgia dominical, para abrir uma exceção e meditar um pouco sobre este momento importante em nossa caminhada vocacional.

            O ministério diaconal é antiguíssimo na vida da Igreja. Ele remonta às origens do cristianismo, em suas colunas de sustentação, os apóstolos. São os Doze quem motivaram a multidão dos discípulos a escolherem os primeiros sete diáconos que deveriam se dedicar especialmente ao atendimento diário dos fieis mais necessitados. O livro dos Atos dos Apóstolos narra a “ordenação” daqueles primeiros diáconos: “eles foram apresentados aos apóstolos, que oraram e impuseram as mãos sobre eles” (6,6). Portanto, o ministério diaconal está a serviço da comunhão da Igreja: ele surge através dos apóstolos e só pode ser vivido integralmente na comunhão com os sucessores deles, isto é, os bispos.

            As principais funções do diácono são a caridade, o anúncio da Palavra e o serviço do altar. A primeira é o serviço à comunidade, especialmente na pessoa dos pobres: “Feliz o homem caridoso e prestativo” (Sl 111,5). A segunda é simbolizada, no rito da ordenação, quando cada diácono recebe do bispo o livro dos Evangelhos: “Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro; transforma em fé viva o que leres, ensina aquilo que creres e procura realizar o que ensinares”. O serviço do altar consiste no auxílio da celebração eucarística, participação na comunhão do Corpo de Cristo – Eucaristia e Igreja.

            Que missão grandiosa! Trata-se de associar-se ainda mais intimamente ao próprio Jesus Cristo, que se fez servo e deu a sua vida por amor a nós! Alguém pode estar preparado e ser digno disto? É claro que não. Mas a Igreja é sempre sábia e propõe que, no rito da ordenação, os eleitos façam alguns propósitos (promessas) que, se bem vividos, os ajudarão a trilhar este caminho: abraçar o celibato, “por amor do Reino dos céus, a serviço de Deus e da humanidade”; rezar fielmente a Liturgia das Horas, “com o povo de Deus, em seu favor e pelo mundo inteiro”; e viver o respeito e a obediência ao bispo diocesano e aos seus sucessores, dispondo-se a acolher os projetos de Deus que a Igreja lhes apresentar.

            Quando perguntados pelo bispo se querem imitar sempre, nas suas vidas, o exemplo de Cristo, de cujo Corpo e Sangue estarão a serviço, os eleitos responderão: “Quero, com a graça de Deus!”. É isto. Sem a graça Dele, nada acontece, nenhum projeto alcança seu objetivo. É preciso dizer como os discípulos de Emaús (cf. Lc 24,29-33): Fica conosco, Senhor! Nossos corações ardem por Ti, que nossos pés ponham-se a caminho para anunciar-te!

 

* Para assistir à transmissão da celebração, acesse: YouTube.

 

 

* Abaixo, as leituras que serão proclamadas na Santa Missa da ordenação diaconal:

 

Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos 6,1-7

 

Naqueles dias: o número dos discípulos tinha aumentado, e os fiéis de origem grega começaram a queixar-se dos fiéis de origem hebraica. Os de origem grega diziam que suas viúvas eram deixadas de lado no atendimento diário.

Então os Doze Apóstolos reuniram a multidão dos discípulos e disseram: “Não está certo que nós deixemos a pregação da Palavra de Deus para servir às mesas. Irmãos, é melhor que escolhais entre vós sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa. Desse modo nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”.

A proposta agradou a toda a multidão. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; e também Filipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas e Nicolau de Antioquia, um grego que seguia a religião dos judeus. Eles foram apresentados aos apóstolos, que oraram e impuseram as mãos sobre eles.

Entretanto, a Palavra do Senhor se espalhava. O número dos discípulos crescia muito em Jerusalém, e grande multidão de sacerdotes judeus aceitava a fé.

 

Salmo Responsorial: Sl 111(112),1-2.5-6.7-8.9 (R. 5a)

 

Feliz o homem caridoso e prestativo!

 

— Feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho sua lei! Sua descendência será forte sobre a terra, abençoada a geração dos homens retos!

 

— Feliz o homem caridoso e prestativo, que resolve seus negócios com justiça. Porque jamais vacilará o homem reto, sua lembrança permanece eternamente!

 

— Ele não teme receber notícias más: confiando em Deus, seu coração está seguro. Seu coração está tranquilo e nada teme, e confusos há de ver seus inimigos.

 

— Ele reparte com os pobres os seus bens, permanece para sempre o bem que fez, e crescerão a sua glória e seu poder.

 

Evangelho: Lucas 24,13-35

 

Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido.

Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como cegos, e não o reconheceram. Então Jesus perguntou: “Que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, e um deles chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?

Ele perguntou: “Que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”.

Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.

Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles. Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía.

Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.

 

(Leituras tiradas da página liturgia.cancaonova.com)

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