Bem-aventurados sois vós


Todos os Santos:

Ap 7,2-4.9-14
Sl 23
1Jo 3,1-3
Mt 5,1-12a

 

            Celebrarmos a solenidade de Todos os Santos às vésperas de encerrarmos o 3º Ano Vocacional no Brasil nos faz meditar a beleza da vocação do ser humano à santidade: “sede santos, porque Eu sou santo” (Lv 11,44). Esta santidade da intimidade com Deus, que experimentamos imperfeitamente nesta vida, já é plenamente vivida por “uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, que ninguém pode contar” (cf. Ap 7,9). São os bem-aventurados (felizes), que foram fieis ao chamado que Deus lhes fez.

            No início do sermão da montanha (Mt 5,1-12a), Jesus nos diz que a santidade é para todos. É por isso que Deus nos dá personalidades e carismas diferentes, para correspondermos, cada um à sua maneira, com o projeto de Deus para o mundo. Eis alguns exemplos. Para Jesus, são bem-aventurados os pobres em espírito (lembremo-nos de Santa Dulce dos Pobres) e os aflitos (como São João da Cruz). São felizes os mansos, a exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus, bem como os que têm fome e sede de justiça – pensemos, por exemplo, em São Vicente de Paulo. Bem-aventurados são os misericordiosos – como não lembrarmo-nos de Santa Teresa de Calcutá? Mas também os puros de coração, como a Beata Isabel Cristina; os que promovem a paz, como São Francisco de Assis; e os que são perseguidos por causa da justiça, como Santo Oscar Romero.

            Ao final do trecho do evangelho proclamado neste Domingo, Jesus inclui ainda uma importante “bem-aventurança”, quando diz: “Bem-aventurados sois vós... Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (5,11.12a). A santidade vivida por todos os santos citados acima é a mesma proposta que Jesus faz a cada um de nós: em nossas vidas concretas, com os dons que Deus nos deu, no convívio com as pessoas à nossa volta. É preciso tomarmos consciência de que a santidade é para nós! A Igreja reconhece alguns santos para serem venerados pelos fieis e serem exemplos admiráveis de que a santidade é possível. Mas, se olharmos bem à nossa volta e visitarmos nossa história, veremos muitos destes “santos ao pé da porta”, que certamente estão também no número dos bem-aventurados.

            É o que disse o papa Francisco na bela exortação apostólica Gaudete et exsultate, sobre o chamado à santidade no mundo atual: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir” (n. 7).

            Queiramos também nós vivermos de tal forma a nossa vocação à santidade, para podermos, um dia, alegrarmo-nos e exultarmos, na presença de Deus, com todos os santos.

           

* Para meditar as leituras desta solenidade de Todos os Santos, acesse: Canção Nova.

 

* Para ler a exortação apostólica Gaudete et exsultate, do papa Francisco, sobre o chamado à santidade no mundo atual, acesse: Vatican.

Comentários