Bem-aventurados sois vós
Todos os Santos:
Sl 23
1Jo 3,1-3
Mt 5,1-12a
Celebrarmos
a solenidade de Todos os Santos às vésperas de encerrarmos o 3º Ano Vocacional
no Brasil nos faz meditar a beleza da vocação do ser humano à santidade: “sede
santos, porque Eu sou santo” (Lv 11,44). Esta santidade da intimidade com Deus,
que experimentamos imperfeitamente nesta vida, já é plenamente vivida por “uma
multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, que
ninguém pode contar” (cf. Ap 7,9). São os bem-aventurados (felizes), que foram
fieis ao chamado que Deus lhes fez.
No
início do sermão da montanha (Mt 5,1-12a), Jesus nos diz que a santidade é para
todos. É por isso que Deus nos dá personalidades e carismas diferentes, para
correspondermos, cada um à sua maneira, com o projeto de Deus para o mundo. Eis
alguns exemplos. Para Jesus, são bem-aventurados os pobres em espírito (lembremo-nos
de Santa Dulce dos Pobres) e os aflitos (como São João da Cruz). São felizes os
mansos, a exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus, bem como os que têm fome
e sede de justiça – pensemos, por exemplo, em São Vicente de Paulo. Bem-aventurados
são os misericordiosos – como não lembrarmo-nos de Santa Teresa de Calcutá? Mas
também os puros de coração, como a Beata Isabel Cristina; os que promovem a paz,
como São Francisco de Assis; e os que são perseguidos por causa da justiça,
como Santo Oscar Romero.
Ao
final do trecho do evangelho proclamado neste Domingo, Jesus inclui ainda uma
importante “bem-aventurança”, quando diz: “Bem-aventurados
sois vós... Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos
céus” (5,11.12a). A santidade vivida por todos os santos citados acima é a
mesma proposta que Jesus faz a cada um de nós: em nossas vidas concretas, com
os dons que Deus nos deu, no convívio com as pessoas à nossa volta. É preciso
tomarmos consciência de que a santidade é para nós! A Igreja reconhece alguns santos
para serem venerados pelos fieis e serem exemplos admiráveis de que a santidade
é possível. Mas, se olharmos bem à nossa volta e visitarmos nossa história,
veremos muitos destes “santos ao pé da porta”, que certamente estão também no
número dos bem-aventurados.
É
o que disse o papa Francisco na bela exortação apostólica Gaudete et exsultate, sobre o chamado à santidade no mundo atual: “Gosto
de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos
com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para
casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir” (n. 7).
Queiramos
também nós vivermos de tal forma a nossa vocação à santidade, para podermos, um
dia, alegrarmo-nos e exultarmos, na presença de Deus, com todos os santos.
* Para meditar as leituras desta solenidade
de Todos os Santos, acesse: Canção Nova.
* Para ler a exortação apostólica Gaudete et exsultate, do papa Francisco, sobre o chamado à santidade no mundo atual, acesse: Vatican.
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