Fazer a vontade do Pai
Sl 24
Fl 2,1-11
Mt 21,28-32
Ao
longo deste ano A da liturgia dominical, temos escutado em cada Domingo a
narração do evangelho de Mateus. Chegamos agora a um momento decisivo. No
capítulo 21, Jesus já está em Jerusalém, onde será rejeitado e entregue à morte
e, depois, ressuscitará. Neste contexto de preparação imediata para sua entrega
na Cruz, Jesus trava importantes debates com os chefes dos judeus,
advertindo-os de seu fechamento em acolher o Cristo que veio para salvar a
humanidade. Este embate, portanto, estará presente nos trechos do evangelho de
Mateus proclamados nos próximos Domingos do Tempo Comum.
No
trecho lido neste 26º Domingo (Mt 21,28-32), Jesus conta a parábola de um pai e
seus dois filhos: o primeiro deles, ao ouvir o pedido do pai para trabalhar na
sua vinha, disse: “Não quero”, mas acabou mudando de opinião e foi. O segundo,
ao ouvir o mesmo pedido, disse prontamente: “Sim, senhor, eu vou”. Mas não foi
trabalhar com o pai. O centro desta reflexão está na pergunta de Jesus: “Qual dos dois fez a vontade do pai?”.
Ao que os sumos sacerdotes e anciãos do povo responderam: “O primeiro”. Então
Jesus declara: “Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as
prostitutas vos precedem no Reino de Deus”.
Esta
é uma fortíssima advertência de Jesus aos chefes dos judeus que, muito embora
pensem dizer “sim” a Deus em seu ritualismo e observância radical da Lei, na
verdade não fazem a vontade do Pai, porque não acolhem a mensagem de salvação
trazida pelo Filho. Ao invés, aqueles que os sacerdotes e anciãos tanto
desprezavam, as prostitutas e os cobradores de impostos, que antes viviam uma
vida de negação da presença de Deus, agora, diante da mensagem de Cristo,
respondem sim, convertem-se e, por isso, são mais dignos de entrar no Reino de Deus.
Mas
é claro que esta palavra se refere a todos nós, seus leitores. Esta parábola
ilustra bem o que disse Jesus em outro momento: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor,
Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu
Pai que está nos céus” (Mt 7,21). Nós, que participamos da Eucaristia a cada
Domingo, dizemos a cada celebração várias vezes a palavra “Amém”, ou seja:
assim seja, seja feita a Tua vontade, eis-me aqui. Temos, de fato, feito esta
Vontade na prática, procurando ser pessoas melhores? Temos cultivado entre nós
os mesmos sentimentos que existem em Cristo Jesus (cf. Fl 2,5)?
* Para meditar as leituras deste 26º
Domingo do Tempo Comum, acesse: Canção Nova.
* Para continuar refletindo, acesse o artigo “Trilho do ser humano”, de Dom Paulo Mendes Peixoto: CNBB.
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