Amar... Dialogar...
Sl 94
Rm 13,8-10
Mt 18,15-20
A
Liturgia da Palavra deste Domingo nos faz recordar o mandamento novo, dado por
Jesus na última ceia: “Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns
aos outros” (Jo 13,34). O amor, como sabemos, é o sentimento por excelência
daqueles que se encontram com Jesus. Para Paulo, “atualmente permanecem estes
três: a fé, a esperança, o amor. Mas o maior deles é o amor” (1Cor 13,13). E, “o
amor é o cumprimento perfeito da Lei” (Rm 13,10). João enfatiza: “quem não ama,
não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4,8).
No
trecho do evangelho de Mateus proclamado neste Domingo, Jesus manifesta a seus
discípulos uma forma importante de colocar em prática este amor cristão,
através da correção fraterna: “se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo
mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão.
Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio
deles” (Mt 18,15.20).
Jesus
indica, aqui, a toda a comunidade cristã que a opção pela comunhão e pelo diálogo
é sempre o melhor caminho. De fato, há sempre pedras de tropeço e espinhos em
nossos relacionamentos, há sempre dificuldades em compreender o outro e em
sermos compreendidos em nossa forma de ser, há personalidades e pontos de vista
diferentes... Mas é sempre melhor optar pela conversa clara e pela sinceridade
nas relações, do que pelo ressentimento e pelo rancor, que tantas vezes se
apresenta através das conhecidas fofocas.
Ao
olharmos para a história dos povos (e também para a história da Igreja),
podemos notar quantas dificuldades e divisões poderiam ser resolvidas e até
mesmo evitadas com um simples convite para uma conversa entre as partes envolvidas.
Mas percebemos que, infelizmente, a humanidade continua a escolher o caminho da
discórdia, o que demonstram as guerras que constantemente surgem em lugares
distantes de nós, mas também à nossa volta.
Para
aprofundar o valor do diálogo, eis um trecho da bela carta encíclica Fratelli tutti, do papa Francisco, sobre
a fraternidade e a amizade social: “Aproximar-se,
expressar-se, ouvir-se, olhar-se, conhecer-se, esforçar-se por entender-se,
procurar pontos de contato: tudo isto se resume no verbo «dialogar». Para nos
encontrar e ajudar mutuamente, precisamos de dialogar. Não é necessário dizer
para que serve o diálogo; é suficiente pensar como seria o mundo sem o diálogo
paciente de tantas pessoas generosas, que mantiveram unidas famílias e
comunidades. O diálogo perseverante e corajoso não faz notícia como as
desavenças e os conflitos; e contudo, de forma discreta mas muito mais do que
possamos notar, ajuda o mundo a viver melhor” (n. 198).
* Para meditar as leituras deste 23º
Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.
* Para ler integralmente a carta encíclica Fratelli tutti, do papa Francisco, acesse: Vatican.
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