Amar... Dialogar...

 

23º Domingo do Tempo Comum:
Ez 33,7-9
Sl 94
Rm 13,8-10
Mt 18,15-20

 

            A Liturgia da Palavra deste Domingo nos faz recordar o mandamento novo, dado por Jesus na última ceia: “Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,34). O amor, como sabemos, é o sentimento por excelência daqueles que se encontram com Jesus. Para Paulo, “atualmente permanecem estes três: a fé, a esperança, o amor. Mas o maior deles é o amor” (1Cor 13,13). E, “o amor é o cumprimento perfeito da Lei” (Rm 13,10). João enfatiza: “quem não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4,8).

            No trecho do evangelho de Mateus proclamado neste Domingo, Jesus manifesta a seus discípulos uma forma importante de colocar em prática este amor cristão, através da correção fraterna: “se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles” (Mt 18,15.20).

            Jesus indica, aqui, a toda a comunidade cristã que a opção pela comunhão e pelo diálogo é sempre o melhor caminho. De fato, há sempre pedras de tropeço e espinhos em nossos relacionamentos, há sempre dificuldades em compreender o outro e em sermos compreendidos em nossa forma de ser, há personalidades e pontos de vista diferentes... Mas é sempre melhor optar pela conversa clara e pela sinceridade nas relações, do que pelo ressentimento e pelo rancor, que tantas vezes se apresenta através das conhecidas fofocas.

            Ao olharmos para a história dos povos (e também para a história da Igreja), podemos notar quantas dificuldades e divisões poderiam ser resolvidas e até mesmo evitadas com um simples convite para uma conversa entre as partes envolvidas. Mas percebemos que, infelizmente, a humanidade continua a escolher o caminho da discórdia, o que demonstram as guerras que constantemente surgem em lugares distantes de nós, mas também à nossa volta.

            Para aprofundar o valor do diálogo, eis um trecho da bela carta encíclica Fratelli tutti, do papa Francisco, sobre a fraternidade e a amizade social: “Aproximar-se, expressar-se, ouvir-se, olhar-se, conhecer-se, esforçar-se por entender-se, procurar pontos de contato: tudo isto se resume no verbo «dialogar». Para nos encontrar e ajudar mutuamente, precisamos de dialogar. Não é necessário dizer para que serve o diálogo; é suficiente pensar como seria o mundo sem o diálogo paciente de tantas pessoas generosas, que mantiveram unidas famílias e comunidades. O diálogo perseverante e corajoso não faz notícia como as desavenças e os conflitos; e contudo, de forma discreta mas muito mais do que possamos notar, ajuda o mundo a viver melhor” (n. 198).

 

* Para meditar as leituras deste 23º Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.

 

* Para ler integralmente a carta encíclica Fratelli tutti, do papa Francisco, acesse: Vatican.

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