Transformai-vos
22º Domingo do Tempo Comum:
Jr 20,7-9
Sl 62
Rm 12,1-2
Mt 16,21-27
O trecho do evangelho proclamado neste Domingo é a continuação do trecho proclamado no Domingo passado. Jesus está preparando seus discípulos para a realidade que o espera em Jerusalém: abandono, sofrimento, morte de cruz e, por fim, ressurreição. O Messias esperado por Israel finalmente completará a sua missão, mas não da forma como muitos o esperavam. Pedro, que antes havia professado a fé no “Filho do Deus vivo” (16,16), agora representa a opinião de muitos à sua volta, pensando que o reino trazido pelo Cristo é um reino portentoso, vitorioso em seu aspecto externo, social, político: ou seja, um reino como qualquer outro deste mundo. Ao desejar que Jesus não passe pela Cruz, Pedro não pensa “as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens” (16,23). Que significa isto?
O que Jesus pede a seus discípulos e a cada um de nós é uma verdadeira transformação de pensamento. Há duas atitudes possíveis: pensar as coisas de Deus, que escolhe sempre o caminho do serviço, do amor, do despojamento; ou pensar as coisas dos homens, isto é, o caminho do orgulho, da vaidade, do desejo de ser como Deus – basta lembrarmos da atitude de Adão e Eva, nos primeiros capítulos do Gênesis. Jesus repudia este modo de ser e reforça seu compromisso em cumprir a vontade do Pai, abraçando a Cruz por amor. Também os discípulos deverão trilhar o mesmo caminho do Mestre: “Se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la” (16,24-25).
Paulo destaca bem qual o objetivo de Jesus para nós: “Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito” (Rm 12,2). É uma necessidade urgente: transformarmos nosso modo de ver o mundo e de nos relacionarmos com ele, a partir de Jesus Cristo. Em nossa vida pessoal e (por que não?) na participação da vida da Igreja, corremos diariamente o risco de querermos não o serviço, mas o “sermos servidos”, o reconhecimento, o caminho mais fácil. É preciso mudarmos de atitude. Para isto, o primeiro passo é reconhecermos esta necessidade. Depois, devemos abandonarmo-nos à vontade do Pai, com humildade e confiança: seus caminhos são sempre melhores que os nossos! Neste ponto, a vida de oração é indispensável...
* Para meditar as leituras deste 22º Domingo do Tempo Comum, acesse: Canção Nova.

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