Subiram no barco, o vento se acalmou
Sl 84
Rm 9,1-5
Mt 14,22-23
O
capítulo 14 do evangelho de Mateus narra dois episódios grandiosos da vida
pública de Jesus: a multiplicação dos pães e a tempestade acalmada, após Jesus
caminhar sobre o mar. O objetivo das duas cenas é o mesmo, afirmar que Jesus é
o Cristo, Senhor do mundo, com autoridade sobre tudo: as coisas da terra e as
forças do mar. É por isso que, na conclusão do evangelho proclamado neste
Domingo, ouvimos que, “os que estavam no barco, prostraram-se diante dele,
dizendo: <Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!” (14,33).
Mas,
além de nos fornecer uma necessária consciência sobre quem é Jesus, a Liturgia
da Palavra deste Domingo nos lembra elementos importantes também sobre quem é a
Igreja, que o Senhor deseja deixar no mundo, após sua Ressurreição. A imagem
utilizada é a da barca, na qual Jesus manda seus discípulos entrarem e
seguirem, “à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as
multidões” (14,22). Jesus é o Messias, como se revelará a seguir, vindo sobre
as águas e acalmando o mar bravio; e é Ele mesmo, o Messias, quem “coloca as
bases da comunidade messiânica... A Igreja nascerá apenas depois da
ressurreição, mas já aparece agora aos olhos do Mestre” (G. Barbaglio).
Este
é o belo significado da barca que abriga os discípulos de Cristo. Também a
Igreja, nos diferentes momentos da história, é agitada por ventos fortes e
contrários, que parecem ser muito mais poderosos que nossas capacidades “institucionais”.
Contudo, Jesus nos mostra que as forças necessárias para vencer as intempéries
do mundo vêm Dele mesmo, que vem em nosso auxílio, sobe no barco e acalma as
tempestades. Aqui, um personagem tem grande relevância: Pedro. Isto mostra seu
primado sobre os demais apóstolos e nos remete à necessidade de rezarmos e estarmos
sempre unidos ao sucessor de Pedro, o papa Francisco.
Quem
não quer sucumbir diante das forças contrárias deste mundo, deve procurar
jamais deixar a barca de Pedro, que é a barca de Jesus. É o importante aspecto
da comunhão eclesial, sem a qual navegamos sozinhos, à deriva, cada um entregue
à sua própria sorte. Paulo manifesta ter “no coração uma grande tristeza e uma
dor contínua” (Rm 9,2), por ver os seus irmãos judeus abandonando o Deus de
Israel, que veio até eles em Jesus de Nazaré. Esta tristeza prolonga-se hoje, ao
vermos tantos católicos que preferem seguir seus interesses pessoais e ideológicos,
a estarem na barca de Cristo, na comunhão com o papa e com a Igreja.
* Para meditar as leituras deste 19º
Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.
* Por falar em mar bravio e em comunhão com o sucessor de Pedro, recentemente completaram-se 10 anos da 1ª viagem apostólica do papa Francisco, à ilha de Lampedusa, na Itália, onde muitos migrantes naufragaram e morreram ao tentar chegar à Europa. Para relembrar este gesto profético, acesse: Vatican News.

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