Subir e descer a montanha
Transfiguração do Senhor:
Sl 96
2Pd 1,16-19
Mt 17,1-9
Celebramos
a festa da Transfiguração do Senhor. O relato desta cena foi colocado por
Mateus logo após o primeiro anúncio da paixão, quando “Jesus começou a mostrar
aos discípulos que deveria ir a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos,
sumos sacerdotes e escribas e ser morto; e ao terceiro dia, ressuscitar”
(16,21). Também os discípulos devem assumir a realidade da cruz em suas vidas:
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”
(16,24). É neste contexto que Jesus leva alguns de seus discípulos a uma alta
montanha, para prepará-los para a cruz da missão, na certeza da glória que os
espera. Há um duplo movimento neste relato: subir e descer a montanha.
Subir
a montanha é, mais que uma indicação geográfica, um símbolo da vida de oração,
do encontro com Deus. Quem quer desempenhar bem sua missão neste mundo, não
pode contar apenas com suas forças, pois são muito poucas, mas deve
capacitar-se sempre mais através do encontro com Deus, pois “seu poder é um
poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se
dissolverá” (Dn 7,14). Pedro, que experimentou a força deste encontro, quis
permanecer ali mais um pouco e exclamou: “Senhor, é bom ficarmos aqui” (Mt
17,4). Quando os membros da Igreja contam com suas próprias forças e deixaram
de lado a vida de oração, a espiritualidade, acabam por se perder pelo caminho.
Mas
a vida de oração se completa é na prática, na vivência do amor. Quem sobe o
monte, não pode ficar ali para sempre, mas precisa descer dele em algum
momento, trazendo junto de si a força de Deus para desempenhar sua missão no
mundo. É o momento do anúncio de Jesus Cristo, do tomar a cruz do amor e
segui-lo, servindo os irmãos em suas necessidades. Jamais uma Igreja fechada em
si mesma, mas aberta ao mundo, em saída.
Iniciamos
este mês de Agosto, que no Brasil é dedicado à reflexão sobre as vocações:
“Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33) – é o que tanto temos
escutado. Neste 1º Domingo do mês, quando rezamos especialmente pelas vocações
ao ministério ordenado, temos em São João Maria Vianney, o padroeiro dos
padres, um exemplo admirável de quem entendeu a mensagem da Transfiguração.
Segundo o Cura d’Ars, “esta é a mais bela profissão do homem: rezar e amar. Se
rezais e amais, eis aí a felicidade do homem sobre a terra”.
* Para meditar as leituras desta festa
da Transfiguração do Senhor, acesse: Arquidiocese de Mariana.
* Para conhecer a história de São João Maria Vianney, o Cura d’Ars, acesse: YouTube.
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