Venha a nós o vosso reino
Sl 118
Rm 8,28-30
Mt 13,44-52
“Venha
a nós o vosso reino” é o pedido que fazemos a cada dia, na oração do Pai-Nosso
(cf. Mt 6,10). É sobre este Reino dos Céus que temos meditado nos últimos
Domingos. Na Liturgia da Palavra deste 17º Domingo do Tempo Comum, Jesus
compara-o a “um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém
escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele
campo. O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas
preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os
seus bens e compra aquela pérola” (Mt 13,44-46).
Portanto, a vinda do
Reino acontece em dois momentos: encontro e despojamento. Encontro com a vida
plena, que Deus quer comunicar a cada ser humano; despojamento de tudo o que
nos pode impedir de fazer este encontro.
Encontro.
Muito mais do que um aprendizado intelectual e acadêmico, o Reino dos Céus deve
ser experimentado, encontrado por cada um. É Jesus o verdadeiro tesouro
escondido no campo, a pérola mais preciosa que podemos adquirir. Este encontro
total, que dá sentido novo à vida, deve ser buscado a cada dia, através de uma
união sempre mais forte com o Cristo pela oração pessoal e pela participação nos
sacramentos e na vida da comunidade. É aquilo que o papa Bento XVI expressou no
primeiro parágrafo de sua carta encíclica Deus
caritas est: “Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma
grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida
um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”. Como tem sido meu encontro
com o Reino dos Céus?
Despojamento.
Quem sabe onde se encontra este tesouro, não precisa de mais nada, considera
tudo como lixo (cf. Fl 3,8), vende seus bens para adquirir o único necessário: “importa
desapegar-se de todas as posses que não vale a pena segurar ciosamente e
arriscar tudo o que nos pertence para ter acesso a valores mais altos, que
sejamos conquistar... O Reino é tudo, é o ‘único necessário’, que nos leva a
abandonar o resto sem hesitação nem lamentos inúteis” (Mons. Celso Murilo). Salomão
entendeu bem esta mensagem, preferindo a sabedoria de Deus na prática da
justiça, do que vida longa, riqueza ou poder (cf. 1Rs 3,10-12). Tenho me
despojado de meus interesses pessoais em prol de acolher e anunciar o Reino?
Ainda um sentimento
deve encher nossos corações nestes dias: o agradecimento a Deus pela vida e
ministério de Dom Geraldo Lyrio Rocha entre nós. O querido arcebispo emérito de
Mariana faleceu no último dia 26 de julho, dando até o fim um testemunho de
desapego de tudo, em prol de anunciar o Reino dos Céus: morreu em missão, em
Altamira/PA, onde conduziria um retiro espiritual. Sua morte (como toda a sua
vida) são um sinal grandioso da experiência do encontro com o Reino, expresso
no lema do 3º Ano Vocacional no Brasil: “corações ardentes, pés a caminho” (cf.
Lc 24,32-33).
* Para meditar as leituras deste 17º
Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.
* Para ler a carta encíclica Deus caritas est, sobre o amor cristão, do
Papa Bento XVI, acesse: Vatican.
* Para conhecer um pouco da história de Dom Geraldo, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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