Esse produz fruto


 15º Domingo do Tempo Comum:

Is 55,10-11
Sl 64
Rm 8,18-23
Mt 13,1-23

 

            Neste ano litúrgico (Ano A), temos acompanhado aos Domingos a narração do evangelho de Mateus. Chegamos agora ao capítulo 13, que pode ter como título “As parábolas do Reino”. Jesus tem algo a explicar a seus discípulos: se Ele vem realmente da parte de Deus, por que suas ações não são aceitas pelo povo? Por que aqueles que o seguem como Senhor formam um número muito menor do que os que rejeitam sua Palavra? E se a mensagem de Cristo é de paz, quais os motivos de o mundo começar a perseguir as comunidades cristãs, inclusive a de Mateus, quando escreve este texto?

            “Em tal atmosfera pesada, Jesus conta as suas parábolas. Com elas, ele pretende infundir coragem nos discípulos, oferecer uma apologia eficaz da sua missão messiânica, apresentar a revelação dos segredos do Reino de Deus. Em particular, com a parábola do semeador, quer dizer que, embora sua missão tenha sofrido um duro fracasso, o Reino germina igualmente e dará fruto abundante como entre as muitas sementes jogadas no terreno do generoso semeador” (Giuseppe Barbaglio).

            O certo é que a Palavra/ação de Deus é sempre a mesma: “assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la” (Is 55,10s). O semeador (cf. Mt 3,3), que é Cristo, está sempre a semear a sua Palavra nos corações. Isto ninguém pode mudar!

Mas algo é variável, pode ser modificado: o terreno que acolhe esta Palavra, ou seja, as nossas disposições em deixá-la produzir ou não os frutos desejados por Deus. Segundo Jesus, há empecilhos que atrapalham o desenvolvimento da semente/Palavra: aves, pedras, espinhos... Eles simbolizam a ação do maligno, que age de modos diversos em nossa vida; a superficialidade de nosso seguimento; e nossos afetos desordenados e pecados – tudo isto impede o nascimento dos frutos de nossa intimidade com Cristo. Ao contrário, “a semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto” (Mt 3,23).

Tenho procurado meditar a Palavra de Deus? Com quais disposições?

 

* Para meditar as leituras deste 15º Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.


* Para ler o artigo "Semeadura", de Dom Paulo Mendes Peixoto, acesse: CNBB.

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