Esse produz fruto
15º Domingo do Tempo Comum:
Sl 64
Rm 8,18-23
Mt 13,1-23
Neste
ano litúrgico (Ano A), temos acompanhado aos Domingos a narração do evangelho
de Mateus. Chegamos agora ao capítulo 13, que pode ter como título “As
parábolas do Reino”. Jesus tem algo a explicar a seus discípulos: se Ele vem
realmente da parte de Deus, por que suas ações não são aceitas pelo povo? Por
que aqueles que o seguem como Senhor formam um número muito menor do que os que
rejeitam sua Palavra? E se a mensagem de Cristo é de paz, quais os motivos de o
mundo começar a perseguir as comunidades cristãs, inclusive a de Mateus, quando
escreve este texto?
“Em
tal atmosfera pesada, Jesus conta as suas parábolas. Com elas, ele pretende
infundir coragem nos discípulos, oferecer uma apologia eficaz da sua missão
messiânica, apresentar a revelação dos segredos do Reino de Deus. Em
particular, com a parábola do semeador, quer dizer que, embora sua missão tenha
sofrido um duro fracasso, o Reino germina igualmente e dará fruto abundante
como entre as muitas sementes jogadas no terreno do generoso semeador”
(Giuseppe Barbaglio).
O
certo é que a Palavra/ação de Deus é sempre a mesma: “assim como a chuva e a
neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a
terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim
a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará
tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la”
(Is 55,10s). O semeador (cf. Mt 3,3), que é Cristo, está sempre a semear a sua
Palavra nos corações. Isto ninguém pode mudar!
Mas algo é variável,
pode ser modificado: o terreno que acolhe esta Palavra, ou seja, as nossas
disposições em deixá-la produzir ou não os frutos desejados por Deus. Segundo
Jesus, há empecilhos que atrapalham o desenvolvimento da semente/Palavra: aves,
pedras, espinhos... Eles simbolizam a ação do maligno, que age de modos
diversos em nossa vida; a superficialidade de nosso seguimento; e nossos afetos
desordenados e pecados – tudo isto impede o nascimento dos frutos de nossa
intimidade com Cristo. Ao contrário, “a semente que caiu em boa terra é aquele
que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto” (Mt 3,23).
Tenho procurado meditar
a Palavra de Deus? Com quais disposições?
* Para meditar as leituras deste 15º Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.
* Para ler o artigo "Semeadura", de Dom Paulo Mendes Peixoto, acesse: CNBB.

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