Quero amor, e não sacrifícios
Sl 49
Rm 4,18-25
Mt 9,9-13
Como
estamos celebrando o Ano Vocacional no Brasil, o trecho da profecia de Oseias
proclamada neste Domingo é, desde o começo, inspirador: “É preciso saber
segui-lo para reconhecer o Senhor” (6,3). De fato, somente quando sabemos
seguir a Cristo – isto é, quando meditamos sua Palavra, temos hábito de oração
e somos constantes na vida eclesial –, somente assim é que podemos reconhecê-lo
como Senhor e imitá-lo com nossas vidas.
A
liturgia da Palavra deste Domingo nos convida a reconhecermos Jesus através de
seu amor a toda humanidade, que estava imersa no pecado. “Ele, Jesus, foi
entregue por causa de nossos pecados e foi ressuscitado para nossa justificação”
(Rm 4,25). No evangelho, Jesus manifesta este seu amor a cada ser humano ao
chamar Mateus, um pecador público, para ser seu discípulo: “Segue-me” (9,9). É
o que Ele faz também conosco: ninguém é perfeito quando é chamado por Deus para
um determinado estado de vida – é importante sempre nos lembrarmos disto com
humildade! Mas Deus vem em auxílio de nossa fraqueza, nos chama como somos,
quer usar de instrumentos frágeis para a nossa santificação e a do mundo
inteiro.
Deus
não veio ao mundo para estar com os que são perfeitos, pois, na verdade, eles
não existem! Deus veio para salvar a todos e, para isso, reconhecermo-nos
pecadores é um primeiro e importante passo: “Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero
misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim chamar os justos, mas os
pecadores” (Mt 9,13).
É
fundamental para a Igreja tomar consciência desta mensagem. Ao longo da
história, em vários momentos corremos o risco de nos fecharmos “em pequenos
oásis de fervor religioso, a considerar ou a desejar uma igreja feita de ‘puros’,
de uma elite, de empenhados” (Missal Dominical).
É preciso abandonar toda forma de julgamento, preconceito e exclusão. É
preciso, como Jesus, estarmos ao lado dos pecadores, dos que estão necessitados,
de fato, do remédio da salvação.
O
papa Francisco, grande sinal deste amor de Deus em nossos dias atuais,
escreveu: “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo!
Prefiro uma Igreja acidentada, ferida, enlameada por ter saído pelas estradas,
a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias
seguranças” (Evangelii gaudium, n.
49).
* Para meditar as leituras deste 10º
Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.
* Para conhecer e ler a exortação apostólica Evangelii gaudium, do papa Francisco, sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual, acesse: Vatican.

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