O Reino dos Céus está próximo
Sl 99
Rm 5,6-11
Mt 9,36-10,8
O
projeto original de Deus para a humanidade é sempre o da felicidade, da
comunhão, da salvação, da paz. É para isto que Jesus veio ao mundo, para
reconciliar-nos com Deus: “fomos reconciliados com ele pela morte do seu Filho”
(Rm 5,10). É este, portanto, o conteúdo da pregação de Jesus, que se tornará pregação
de seus discípulos: “Em vosso caminho, anunciai: <O Reino dos Céus está
próximo>” (Mt 9,7).
Já
no Antigo Testamento, o projeto de Deus para o ser humano podia ser percebido
através do relacionamento com o povo de Israel: “Portanto, se ouvirdes a minha
voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim a porção escolhida dentre
todos os povos, porque minha é toda a terra” (Ex 19,5). “Sabei que o Senhor, só
ele, é Deus, / Ele mesmo nos fez, e somos seus, / nós somos seu povo e seu
rebanho” (Sl 99,3).
Mas Jesus não é ingênuo
– e nós também não devemos ser! Sua mensagem, mesmo sendo portadora de vida
para todos, não é totalmente aceita pelo mundo, que vive, em muitos aspectos,
imerso no pecado e no erro – é por isso que o número dos discípulos é sempre
menos que o necessário, menor que a multidão faminta de Deus. Então percebemos
que o cansaço e o abatimento existentes em tantas pessoas que viviam sem
qualquer perspectiva de vida no tempo de Jesus eram causados pela falta da
presença de Deus, que seu Filho veio trazer. É por isso que, “vendo Jesus as multidões,
compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não
têm pastor” (Mt 9,36) e “chamou os doze discípulos” (10,1), para anunciarem a
este mundo a novidade da mensagem de Cristo.
É esta a essência da
Igreja: ser missão! “Quando a Igreja toma consciência de si, torna-se
missionária” (S. Paulo VI). Também em nosso tempo, como no de Jesus, há tantos
que estão cansados e abatidos, como ovelhas sem pastor! Há tanta gente sem o
mínimo para viver, lutando para receber migalhas que sobram das mesas de alguns
poucos que tanto possuem. Há tantos que perderam o sentido da vida, num mundo
marcado pela virtualidade, pela indiferença, pelas guerras. Hoje, como em todos os tempos da Igreja,
é missão dos discípulos ir a estas multidões e, confiantes na força do Espírito que vai à sua frente, ser instrumentos da paz de Deus no mundo. “De
graça recebestes, de graça deveis dar!” (Mt 10,8).
* Para meditar as leituras deste 11º Domingo do Tempo Comum, acesse: Arquidiocese de Mariana.
Comentários
Postar um comentário