Sereis minhas testemunhas

  

Leituras:
At 1,1-11
Sl 46
Ef 1,17-23
Mt 28,16-20

 

            A solenidade da Ascensão do Senhor, que celebramos neste Domingo, pode ser meditada a partir de um duplo movimento: a contemplação do Cristo glorificado no céu e a meditação sobre a missão dos cristãos neste mundo.

            Diz o texto dos Atos dos Apóstolos que, após quarenta dias de sua ressurreição, Jesus “foi levado para o céu, depois de ter dado instruções pelo Espírito Santo, aos apóstolos que tinha escolhido” (1,1). Para Paulo, todo cristão deve se empenhar em conhecer (ou seja, amar) o Cristo ressuscitado e glorificado pelo Pai. É Ele quem abre o nosso coração à sua luz, para que saibamos qual a esperança que o seu chamamento nos dá, qual a riqueza da glória que está em nossa herança com os santos, “e que imenso poder ele exerceu em favor de nós que cremos” (Ef 1,18s). Hoje, contemplando o Cristo que vai para junto do Pai, “não apenas conquistamos o paraíso, mas, no Cristo, penetramos nos mais altos céus” (S. Leão Magno).

            Olhar para o Cristo, portanto, é o primeiro passo. Mas não pode parar por aí... Enquanto “os apóstolos continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia”, apareceram-lhes dois anjos que lhes disseram: “Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (At 1,10s). Não basta olhar para Jesus com a fé: é preciso traduzir esta fé em uma vida coerente com o Evangelho. Somos nós, agora, os responsáveis por levar o Reino de Deus às pessoas. Um grande erro seria deixar de nos empenharmos na transformação deste mundo, projetando apenas para a eternidade o nosso desejo de que haja justiça, paz, alegria. “O Ressuscitado não nos tira da história, não nos faz exilados nos extratos rarefeitos de espiritualidades desencarnadas, mas nos mergulha no presente, colocando-nos perante a exigência de um empenho concreto de obediência e de amor” (G. Barbaglio).

            É por isso que, de junto do Pai, Jesus nos envia o Espírito Santo, para sermos suas testemunhas “até os confins da terra” (At 1,8). Não estamos sozinhos. É com a autoridade de Cristo, que recebemos pelo Espírito Santo, que podemos ir pelo mundo, prolongando a ação de Jesus em nosso tempo: “Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19).

            Como está minha vida de fé, de oração, de contemplação de Cristo? E minhas atitudes diárias, têm sido coerentes com a fé que eu professo? Tenho testemunhado o Cristo?

 

* Para meditar as leituras desta solenidade da Ascensão do Senhor, acesse: Arquidiocese de Mariana.

 

* Este Domingo é também o 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Para acessar a mensagem do papa Francisco para esta ocasião, acesse: Vatican.

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