Eu sou o Caminho
Sl 32
1Pd 2,4-9
Jo 14,1-12
Poderíamos
dizer que toda a Sagrada Escritura trata, de alguma forma, do mistério da
relação entre Deus e o ser humano, sua criatura mais perfeita, feita à sua
imagem e semelhança (cf. Gn 1,27). Acreditamos que, pelo pecado original, a
humanidade se afastou de Deus, o que só pôde ser revertido com a vinda de
Cristo ao mundo, sendo Ele o homem perfeito. Através de Cristo, cada ser humano
pôde fazer como o filho pródigo no evangelho de Lucas: “ele se pôs a caminho e
voltou para seu pai” (15,20).
É
o Filho, portanto, o caminho necessário para termos novamente acesso ao Pai que
nos criou. É aqui que são compreendidas as palavras de Jesus no evangelho
proclamado neste 5º Domingo da Páscoa: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14,6). Não há outra maneira: se queremos
viver em comunhão com Deus, devemos trilhar o caminho que é Cristo, verdade e
vida. A equação é simples: “quem segue o caminho certo alcançará também a meta
certa” (H. Strathmann).
Também São Pedro
exortava os seus leitores: “Aproximai-vos do Senhor, pedra viva, rejeitada
pelos homens, mas escolhida e honrosa aos olhos de Deus” (1 Pd 2,4). E como
podemos fazê-lo concretamente? É o próprio Jesus quem nos ensina, quando diz: “quem
acredita em mim fará as obras que eu faço” (Jo 14,12). Ao longo de toda a sua
vida, o cristão deve, portanto, se perguntar: o que tenho feito está de acordo
com a fé que professo em Jesus Cristo, caminho para o Pai? Em meus estudos, no
meu trabalho, nos meus relacionamentos, tenho sido imagem fiel do Cristo
obediente ao Pai e misericordioso para com todos? Tenho dedicado tempo para
encontrar-me com o Senhor nos sacramentos e na oração?
Tudo o que é de Deus
Pai refere-se ao Deus Filho, Jesus Cristo: “eu estou no Pai e o Pai está em mim”
(Jo 14,11). O modo de ser de Jesus deve ser, portanto, critério para tudo o que
se faz na Igreja. Neste mês de maio, por exemplo, nossas comunidades fazem com alegria
suas homenagens a Nossa Senhora. Como ninguém, Maria soube viver esta verdade
essencial do Evangelho: ela sempre aponta para Jesus, foi ela a primeira a
seguir este Caminho em direção ao Pai. Se quisermos ter uma verdadeira devoção
à “Mãe de Deus e nossa”, devemos escutar o que ela mesma disse nas bodas de
Caná: “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2,5).
* Para meditar as leituras deste 5º Domingo da Páscoa, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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