Ressuscitou, como havia dito!
Sl 117
Mt 28,1-10
“Ó
noite de alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra inteira”: é este o
refrão que cantamos na Proclamação da Páscoa. Depois de um longo percurso quaresmal,
tempo de penitência, oração e caridade, e depois de celebrarmos a entrega de
Jesus na cruz, a Igreja canta nesta noite a grande alegria de sua fé: Jesus
ressuscitou! O círio pascal nos lembra que Cristo é a luz do mundo, capaz de
dissipar toda escuridão do mal. A renovação das promessas batismais nos faz
agradecidos a Deus por nos fazer participantes de sua vida pelo Batismo, o que deve
se traduzir também no desejo de, “como Cristo ressuscitou dos mortos pela
glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova” (Rm 6,4).
A
partir disso, o que poderia significar a ressurreição de Jesus para cada um de
nós, hoje? Em que me afeta o fato de Jesus ter passado pela morte como todos os
seres humanos e ressuscitado no silêncio daquela madrugada? A celebração da
ressurreição, de fato, não é um evento totalmente grandioso do ponto de vista
social – o mundo não vai mudar radicalmente de um dia para o outro.
Continuaremos percebendo incoerências e enfrentando as dificuldades e
sofrimentos presentes à nossa volta... Se não fosse para ser assim, desde o
início Jesus teria aparecido ressuscitado para o mundo inteiro, não apenas para
uns poucos discípulos.
A
mudança que a ressurreição de Jesus provoca na vida dos cristãos é, antes de tudo,
uma forma nova e discreta de percebermos a vida, de nos relacionarmos com Deus,
conosco mesmos, com nossos irmãos. É o que podemos perceber no anúncio do anjo
às mulheres que foram ver o sepulcro: “Ele não está aqui! Ide depressa contar
aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos, e que vai à vossa frente para a
Galileia. Lá vós o vereis” (Mt 28,7).
Por
que voltar à Galileia para encontrar com Jesus ressuscitado? Por que não se
pode vê-lo já em Jerusalém, onde estavam os apóstolos? Por que os discípulos
devem voltar ao lugar do primeiro chamado e também das primeiras quedas e
contradições, o lugar em que o pecado se fez mais evidente? Certamente é este o
desejo de Jesus: que, cheios desta experiência da ressurreição de Cristo em
Jerusalém, voltemos agora à Galileia de nossa história de vida, dos nossos
afazeres diários... É lá que o encontraremos. É lá que o devemos anunciar com
uma nova postura de vida!
Feliz
Páscoa!
* Para meditar as leituras da Vígilia Pascal, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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