Eterna é a sua misericórdia!

 

Leituras:
At 2,42-47
Sl 117
Pd 1,3-9
Jo 20,19-31

 

            Celebramos hoje o 2º Domingo da Páscoa, encerrando assim a chamada “Oitava Pascal”. Ao longo dos últimos dias, toda a Igreja tem se alegrado com os relatos da aparição de Jesus Ressuscitado aos discípulos, confirmando o projeto de Deus para o mundo inteiro: a vida venceu a morte, a luz e a alegria dissiparam as trevas do medo e do pecado. Nos últimos anos, temos celebrado também este dia como o “Domingo da Misericórdia”, inspirados nas palavras da própria Escritura: “Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom; eterna é a sua misericórdia” (cf. Sl 117).

            A liturgia deste Domingo ajuda a contemplarmos o mistério desta infinita misericórdia de Deus para com o ser humano. Uma primeira forma de percebê-la é exatamente na forma como Jesus aparece aos seus discípulos, dizendo: “‘A paz esteja convosco’. Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado” (Jo 20,19s). A misericórdia de Jesus está, antes de tudo, no fato de visitar a nossa humanidade, ser chagado nas mãos e no lado por amor de nós e, mesmo depois da Ressurreição, levar estas chagas de amor consigo para a eternidade junto do Pai. Deus está sempre conosco e agora, com Jesus ressuscitado, esta proximidade não diminui, mas aumenta: “Em sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, ele nos fez nascer de novo, para uma esperança viva” (Pd 1,3).

            Uma outra forma de Jesus manifestar a misericórdia de Deus para conosco é exatamente no fato da instituição do Domingo como um dia sagrado, o Dia do Senhor. O evangelho de João ressalta que Jesus aparece à comunidade sempre aos Domingos – no dia mesmo da Ressurreição e “oito dias depois” (20,26), quando se mostra ao incrédulo Tomé e escuta dele a bela profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus” (20,28).

            Celebrar a ressurreição de Jesus Cristo aos Domingos, como todo bom cristão deve procurar fazer, na medida do possível reunindo-se em comunidade (como aquela primeira comunidade dos discípulos) não é apenas um mandamento da Igreja, mas é uma forma que Jesus nos dá de acessarmos em cada semana este mistério infinito de sua misericórdia: Deus nos reúne em seu amor para nos alimentar e nos envia em missão, para sermos sinais desta misericórdia para o mundo (cf. At 2,44s).

 

* Para meditar as leituras do 2º Domingo da Páscoa, acesse: Canção Nova.

 

* Para ler a carta apostólica "Misericordia et misera", do Papa Francisco, acesse: Vatican.

Comentários