Amou-os até o fim
Sl 115
1Cor 11,23-26
Jo 13,1-15
Jesus,
“tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Amou-nos
até o fim. No centro da liturgia desta Quinta-feira Santa e no centro da
experiência de Deus está este sentimento – o amor. Aliás, como o mesmo João nos
lembra, “Deus é amor” (1Jo 4,8). E o Amor é a relação presente no ser divino
desde toda eternidade, entre o Pai e o Filho: “Este é o meu Filho amado, no
qual está o meu agrado. Escutai-o!” (Mt 17,5). Somente tendo diante dos olhos
este amor é que podemos entender (mesmo que insuficientemente) o que Jesus
institui nesta noite santa: a Eucaristia, o sacerdócio e o novo mandamento.
É
por amor que Jesus deixa à sua comunidade a oportunidade de revisitar sempre, “por
todas as gerações” (Ex 12,14), o evento de sua morte na cruz e ressurreição, através
da celebração da Eucaristia: “Fazei
isto em minha memória” (1Cor 11,24). Jesus torna-se alimento: pobres de nós, se
em meio às dificuldades da vida, contássemos apenas com nossas próprias forças.
Certamente não iríamos muito longe...
É
por amor também que Jesus institui o sacerdócio,
como um dom para a sua Igreja. Como Simão Pedro, os sacerdotes são homens de
carne e osso, precisam ser purificados pelo amor misericordioso do Senhor: “Se
eu não te lavar, não terás parte comigo” (Jo 13,8). Mas é a estes que é dada a
missão de servir a comunidade, para que ela ofereça um sacrifício agradável a
Deus: “um sacrifício de louvor, invocando o nome santo do Senhor” (Sl 115,17).
Finalmente,
estando prestes a completar a sua missão, Jesus deixa à comunidade cristã um novo mandamento: “Derramou água numa
bacia e começou a lavar os pés dos discípulos” (Jo 13,5). E disse a eles: “Dei-vos
o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz. Eu vos dou um novo
mandamento: amai-vos uns aos outros” (13,15.34). Por amor, Jesus nos mostra com
o gesto profético do lava-pés qual o significado de sua missão neste mundo:
servir, dar a vida por todos. Por amor, Jesus nos ensina também como devem ser os
nossos relacionamentos: não baseados na dominação e no interesse, mas tão
somente no amor-serviço, que é a forma de ser do próprio Deus.
* Para meditar as leituras desta Quinta-feira Santa, acesse: Arquidiocese de Mariana.

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