Este é o meu Filho amado
Gn 12,1-4a
Sl 32
2Tm 1,8b-10
Mt 17,1-9
A
liturgia da Palavra deste 2º Domingo da Quaresma traz a promessa de Deus a Abraão:
“Vai para a terra que eu te vou mostrar. Farei de ti um grande povo e te
abençoarei” (Gn 12,1s). O que Deus prometeu a Abraão e a todas as grandes
personalidades do Antigo Testamento (Jacó, Moisés, Davi, Elias...) está para
finalmente se cumprir. Prestes a completar sua missão no alto da Cruz, Jesus
carrega a expectativa de toda a história humana pela tão esperada redenção do
mundo, quando todos serão, finalmente, o povo de Deus.
É
por isto que, tendo Jesus subido ao Monte com Pedro, Tiago e João e se
transfigurado diante deles, apareceram a seu lado Moisés e Elias –
representantes máximos da lei e dos profetas. Toda a história de Israel terá seu
ponto mais alto em Jesus Cristo. Moisés, Elias, Abraão e, sobretudo, Adão (figura
do ser humano), todos aguardam o cumprimento da missão do Filho amado de Deus,
no qual Ele pôs todo o seu agrado (cf. Mt 17,5).
É
possível imaginarmos como devia estar o pensamento de Jesus naquele momento...
Que responsabilidade! É belo notar que Jesus, como servo obediente, prepara-se
para sua tão grandiosa e difícil missão, através da oração. A subida ao monte
indica precisamente isto. Aliás, também os dois que aparecem a Jesus nos
recordam o Deus que fala a nós pela oração: Moisés, que recebe de Deus as
tábuas da Lei no Monte Sinai (Ex 34), e Elias, que oferece ao Deus único um sacrifício
aceitável no Monte Carmelo (1Rs 18,20-40). Narrando o mesmo episódio da
transfiguração, Lucas mostra que este fato aconteceu enquanto Jesus orava e que
a conversa que teve com Moisés e Elias era precisamente sobre o que Ele iria
viver em Jerusalém, isto é, sua prisão, morte e ressurreição (9,28-36).
Também
o cristão, salvo e chamado gratuitamente por Cristo com uma vocação santa (cf.
2Tm 1,9), deve empenhar-se sempre em aprofundar sua vida de oração. Só se
prepara bem para a missão, quando se coloca com humildade diante de Deus, autor
da vida. É um exercício diário, que não podemos deixar de praticar. Grandes
santos, como Teresa de Calcutá, deram testemunho deste caminho: ninguém pode
oferecer aquilo que não cultiva dentro de si. Uma vida de intenso apostolado
como a dela, pode ser explicada não por suas próprias capacidades, mas nos
joelhos dobrados por horas diante do Santíssimo Sacramento.
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