Vós sois a luz do mundo

 

Leituras:
Is 58,7-10
Sl 111
1Cor 2,1-5
Mt 5,13-16

 

            Dando sequência ao Sermão da Montanha, a liturgia deste 5º Domingo do Tempo Comum nos apresenta a palavra de Jesus a seus discípulos: “Vós sois a luz do mundo... brilhe a vossa luz diante dos homens” (Mt 5,14.16). É importante notar o paralelo entre este trecho e um outro, em Jo 8,12, quando Jesus disse aos fariseus: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. Trata-se, portanto, de uma verdade importante para os fieis: Cristo é a verdadeira luz do mundo e também nós, pelo batismo, nos tornamos luz, participantes de Sua vida divina, para iluminar as realidades à nossa volta.

            E quando é que o discípulo é chamado a se tornar luz? O profeta Isaías usa palavras fortes para responder. Esta iluminação do mundo não se dá em realidades abstratas e distantes da realidade do povo, mas, antes de qualquer coisa, quando se testemunha a fé com uma vida coerente com os valores dados por Deus a seu povo, isto é, o cuidado, o amor, a solidariedade: “Se destruíres teus instrumentos de opressão, e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo o socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia” (Is 58,9-10).

            Parece ser este também o centro da pregação de Paulo às comunidades por onde passou, como em Corinto. O anúncio que o apóstolo faz não precisa dos adornos de uma linguagem elevada ou de imagens inacessíveis às pessoas comuns. O que Paulo prega é “Jesus Cristo, e este, crucificado” (1Cor 2,2), isto é, totalmente solidário às dores de seu povo, a ponto de também Ele as receber em seu próprio corpo, a fim de nos dar a vida, a salvação. Para Paulo, a regra é simples: como Cristo é, assim deve ser o cristão.

            Conta-se que certa vez os seguidores de São Francisco de Assis tinham grandes receios de irem a alguns lugares e, devido à maldade ali existente, serem perseguidos e maltratados. São Francisco enviou-os dizendo: “de nada adianta brigar com as trevas, basta que vocês acendam uma pequena luz, e a escuridão imediatamente se dissipará”. Recordando com gratidão nossa participação em Cristo, luz do mundo, é preciso que nos comprometamos a também iluminarmos aqueles que estão à nossa volta: “Vós sois a luz do mundo”.


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