Alegrai-vos e exultai

 

Leituras:
Sf 2,3; 3,12-13
Sl 145
1Cor 1,26-31
Mt 5,1-12a

 

            Na liturgia dos próximos Domingos do Tempo Comum escutaremos o trecho do evangelho de Mateus conhecido como “Sermão da Montanha” (capítulos 5 a 7). É um belo texto, que muitos consideram como um discurso programático de Jesus, o centro de sua pregação. É por isso que muitas personalidades de todos os tempos sempre viram esta parte do evangelho de Mateus como uma página indispensável da literatura mundial. É o caso do indiano Mahatma Gandhi, que disse: “se toda a literatura espiritual da humanidade perecesse, e só se salvasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido”.

            Os primeiros versículos deste grande sermão, que escutamos neste 4º Domingo, apresentam as conhecidas “bem-aventuranças”. Jesus sobe ao monte e, sentado (postura do Mestre), instrui seus discípulos diante da multidão. Seu ensinamento é, desde o começo, desconcertante. Para a comunidade de Mateus, que começava a experimentar as primeiras dificuldades internas, e também para nós, na atualidade, Jesus convida a uma verdadeira mudança de mentalidade.

            O mundo propõe como modelo de sucesso atitudes como o acúmulo desordenado de riquezas, o domínio de ricos sobre pobres, a corrida por segurança através de armas, a indiferença quanto à justiça, o ódio e a vingança como meios de solução de problemas e a vivência desordenada dos afetos e da sexualidade. Jesus, o Mestre que fala em nome do Pai, declara felizes, ao contrário, os pobres em espírito, os aflitos, os mansos, os que têm fome de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz e são perseguidos. Estes são felizes já aqui, por contarem a seu lado com Jesus, que trilhou este mesmo caminho; mas são felizes também por confiarem na garantia de Deus da recompensa eterna: “Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5,12a).

            Ser bem-aventurados (= beatos, felizes) é uma realidade experimentada principalmente por aqueles que em vida se conformaram totalmente a esta mensagem: os santos. Nas palavras do papa Francisco, “o Senhor quer-nos santos e espera que não nos conformemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa” (GeE, n.1). Examinemo-nos à luz do Sermão da Montanha e vejamos que seguidores de Cristo temos sido...

* Para acessar as leituras deste 4º Domingo do Tempo Comum, acesse: Liturgia - Arq. Mariana.

* Para acessar a exortação apostólica do papa Francisco sobre o chamado à santidade no mundo atual, acesse: Gaudete et exsultate.